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SEXTA-FEIRA 13 É MESMO DIA DE AZAR?

four-leaf-clover-1849858_1280Passar debaixo de uma escada, quebrar um espelho, acordar e colocar no chão o pé esquerdo antes do direito, beber leite com manga, ou mesmo cruzar o caminho de um bonito gato preto…

Para muitas pessoas, esses fatos aparentemente simples são prenúncios de mau agouro, azar, e devem ser vigorosamente evitados. Em especial numa sexta-feira 13!

Algo que todas essas superstições têm em comum é o fato de que o supersticioso não é capaz de dizer o porquê deste ou daquele evento ser capaz de trazer má sorte. Ele faz porque “sempre fez”, porque na família dele “sempre foi assim”, porque “não custa evitar” e, afinal de contas, “seguro morreu de velho”.

Este saber costuma ser transferido dentro das famílias, numa primeira fase da vida, e, logo depois, reforçado em outros grupos de convívio, como amigos de escola e vizinhos.

Uma das diversas abordagens da psicologia, inicialmente denominada behaviorismo, ou Psicologia comportamental, propôs, várias décadas atrás, um modelo explicativo para o nascimento do comportamento supersticioso.

Imagine que, um dia, andando pela rua, você aviste uma pomba branca e logo em seguida tropece. Aquele belo tropicão, na rua cheia de transeuntes – uma vergonha danada. Um pequeno acidente, entretanto, ao qual você não dá muita atenção, e segue seu caminho.

Pense agora que, por três dias seguidos, aconteça de você estar andando na rua, avistar uma pomba branca e tropeçar.

A psicologia do comportamento diz que nos comportamentos sempre no sentido dehorseshoe-2662773_1280 buscar situações que nos causem prazer / bem-estar / sucesso, e fugir ou evitar situações que nos tragam desprazer / mal-estar / fracasso.

Assim, em nosso exemplo, nosso comportamento “interpreta” que, pelo fato de terem acontecido simultaneamente várias vezes, é altamente provável que os eventos “avistar uma pomba branca” e “tropeçar” tenham entre si uma relação causal, ou seja, que um deles seja a causa do outro. “Ver uma pomba branca” passa a ser entendido como causa, e “tropeçar” passa a ser visto como efeito.

Como dissemos, nosso comportamento busca situações agradáveis e rejeita situações desagradáveis. Ora, parece claro que tropeçar no meio da rua é um evento extremamente desagradável, do qual, portanto, o sujeito desejará fugir / evitar que aconteça.

Pois bem. Uma vez que o sujeito tenha criado a relação de causa-efeito entre “ver pombas brancas” e “tropeçar”, ele passará a evitar pombas brancas em seu caminho de todas as maneiras que puder.

Para um observador externo, ficará claro que a relação causa-efeito inventada por nosso personagem é indevida. Não há, nem nunca houve na história da humanidade, evidência de que pombas brancas façam pessoas tropeçar nas calçadas. Porém, para nosso herói, será tarde demais.

Ele terá adquirido um comportamento supersticioso, uma superstição.

Uma superstição é, portanto, a consequência da criação de uma relação mental de causa-efeito entre eventos que, na prática, não têm essa relação.

O personagem de nossa história provavelmente tentará transmitir sua superstição às pessoas que ama, numa tentativa de evitar que elas sofram os tropeços que ele sofreu, e assim poderá iniciar uma tradição para sua superstição, que poderá estar em seus filhos e demais familiares que confiarem na percepção dele.

Agora, uma pergunta: depois desse texto, você se sente mais seguro para passar debaixo de uma escada? Ficará tranquilo caso quebre um espelho?

Se você sempre teve esses medos, é provável que não. A intenção desse texto é apenas fornecer uma possível explicação racional do motivo de sua superstição.

Seu comportamento não é tão fortemente governado pela razão como todos costumamos achar.

Mas isso é assunto pra outra oportunidade…

Tenham todos excelentes sexta-feira 13, sábado 14, domingo 15 etc….

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