Se você já pensou no assunto, mas ainda precisa de um bom motivo pra iniciar sua terapia, vou tentar te ajudar, dando 5 MOTIVOS…
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Por que você não precisa agradar a todos
Pense na vida de uma criança pequena, que acabou de nascer, ou tem apenas alguns poucos meses de vida.
TODAS as necessidades de sobrevivência deste serzinho dependem de outras pessoas para serem satisfeitas – comer, beber, limpar, levar ao médico para proteger de doenças, livrar de perigos (como dedinho na tomada ou objetos afiados).
Absolutamente TODAS.
Diferentemente de outros animais, que já nascem bem mais desenvolvidos, o humano recém-nascido está muito longe de ser independente. Sem o apoio de adultos cuidadores, uma criança pequena não sobrevive.
No início, o bebê não se dá conta dessa relação de total dependência, pois ainda não consegue perceber seus cuidadores como seres distintos dele mesmo. É como se ele, com seus choros e outras expressões, controlasse o mundo que o satisfaz.
Mais do que isso, ao mesmo tempo em que ele começa a entender que seus pais ou responsáveis não são extensões dele mesmo, ele se dá conta de que esses adultos não vivem exclusivamente em função do seu cuidado: eles têm outros afazeres, trabalhos, pessoas com quem se relacionam etc.
Aí, temos uma grande angústia: se meus pais não estão no mundo apenas para satisfazer minhas necessidades, então, em princípio, eles podem simplesmente decidir não mais satisfazê-las!
E, se isso acontecer… Bum! Acabei eu!
Isso pode desenvolver na criança uma vontade imensa de AGRADAR, de querer tratar bem aqueles de quem sua sobrevivência depende.
Em algumas pessoas – talvez seja o seu caso, ou de alguém que você conhece – , essa vontade de AGRADAR pode se enraizar de tal modo, que vai acompanhar o sujeito até a vida adulta!
Ele sabe – racionalmente – que a situação não é mais aquela, mas carrega consigo o mesmo modo de ser. Isso pode se mostrar, por exemplo, na dificuldade que algumas pessoas têm em dizer NÃO (principalmente para figuras de autoridade, como eram os pais), ou na tendência a se DOAR demais nos relacionamentos, como se tivesse que agradar o outro mais do que a si mesmo.
A longo prazo, esse jeito de ser transforma todas as relações num enorme peso, que o sujeito não entende por que tem que carregar…
2. Por que quem não se conhece, escolhe muito mal
Um tempo atrás, estive num restaurante com um amigo, e o garçom nos ofereceu dois drinques que estavam em promoção naquela noite.
Eu pedi um, e meu amigo, o outro.
Chegadas as bebidas, ele se vira pra mim, e diz: “Não sei por que eu pedi isso. Eu nem gosto…”
Na hora, me ofereci para trocarmos, se fosse da vontade dele. Ele disse, então: “Não, eu não gosto de nenhum dos dois…”
Bem, nem todas as escolhas de nossa vida são assim tão banais, mas… o fato é que meu amigo se deixou levar por uma SUGESTÃO do garçom que estava completamente inadequada para seu próprio paladar.
Quando nos conhecemos de verdade, sabemos do que gostamos, do que não gostamos, conhecemos nossos limites, nossas vontades (aquelas que podemos realizar imediatamente, aquelas que vamos ter que esperar algum tempo, e até aquelas que nunca poderemos ver concretizadas).
O caminho da vida é construído conforme vamos fazendo escolhas.
Se não nos conhecemos, fazemos escolhas ruins, ou permitimos que os outros escolham por nós.
O mal-estar gerado por essas situações pode até demorar pra chegar, mas chega.
E num triste dia, o sujeito olha para sua história de vida e pensa: “Não era nada disso que eu queria…”.
3. Por que é difícil encontrar lugar e tempo para lidar com nossos afetos
Às vezes pergunto aos meus alunos:
Quando vocês eram crianças, e chegavam da escola, seus pais costumavam perguntar como vocês haviam se sentido durante as aulas? Se haviam sentido raiva? Se haviam temido algo?
Em geral, a resposta é um silêncio, um tanto constrangedor…
Em seguida, pergunto:
Quando vocês eram crianças, e chegavam da escola, seus pais costumavam perguntar sobre as notas, boletins e demais resultados acadêmicos?
“Sim, sobre isso eles perguntavam!”
Pois é… não é culpa dos pais.
Provavelmente apenas repetiram um padrão vindo de seus próprios pais.
Se nem mesmo em casa, a dimensão das emoções é tratada razoavelmente, imagine então quando saímos dali para o “mundo real”!
Quantas vezes você já escutou algo do tipo: “Seus problemas pessoais devem ser deixados do lado de fora do trabalho; não podem afetar seu lado profissional”.
(Ora, alguém pode me explicar como um pai ou mãe deixa “do lado de fora” um filho que ficou doente em casa? Ou a conta do aluguel, que esse mês não terá dinheiro pra pagar?)
Pare pra pensar. Em quase todos os ambientes que convivemos cotidianamente, nossas emoções NÃO SÃO BEM VINDAS!
Mesmo numa roda de amigos, se alguém começa a contar uma história muito triste, por exemplo, logo alguém vai reclamar que o papo ficou “pesado”.
Sim, a psicoterapia também é um respiro no afogar de nosso cotidiano, onde afetos, emoções (os bonzinhos e os mauzinhos, o anjinho e o diabinho que todos temos dentro de nós) SÃO COLOCADOS À LUZ e têm a oportunidade de se elaborar, ressignificar, ou, até mesmo, esquecer!
4. Por que o sofrimento pode aprisionar
Nem toda dor é ruim.
Pense numa mãe que há anos anseia por um filho, engravida, e, depois de 9 meses, entra em trabalho de parto.
Ela passa por uma das piores dores catalogadas pela Medicina! Mas as únicas lágrimas que derrama são de extrema felicidade…
Diversos ritos de passagem para a vida adulta, em sociedades indígenas, envolvem práticas que provocam dores lancinantes (veja aqui o exemplo do ritual da tucandeira).
A dor e o sofrer fazem parte da vida, e estão presentes em momentos importantes, de desenvolvimento, de crescimento e de criação. Quando aparecem nestes casos, a dor e o sofrimento são fases de algo maior que deve vir depois. E este algo, que é esperado e desejado, faz muito sentido!
No entanto, há situações em que a dor pode aprisionar, limitando aquilo que nosso ser tem de mais valioso: a liberdade.
Quando o sofrimento nos prende a algo ou a alguém, e ficamos impedidos de prosseguir nosso fluxo de vida, ele é sem sentido.
Na falta do sentido, precisamos de um momento de recolhimento e reflexão, para que possamos nos libertar, e novamente alçar nossos vôos!
5. Simplesmente… Por que a vida não é fácil!
Depois de certo tempo de vida, é razoável acreditar que todo ser humano já tenha passado por pelo menos um momento de vida muito ruim, que o próprio sujeito nomearia como trágico, desesperador ou extremamente angustiante.
Em geral, nós somos fortes, mas sempre existe a possibilidade de levarmos algum golpe que exceda nossa capacidade de assimilar…
E tudo bem!
Quem disse que somos obrigados a enfrentar tudo sozinhos?
A psicoterapia é – sim – uma parceria, que permite que o sujeito não precise viver e elaborar sozinho os momentos mais difíceis de sua vida.
Uma ou mais perdas importantes, adoecimento do próprio sujeito ou de alguém da família, situações de abuso (físico ou emocional) etc.
Essas situações traumáticas, que, por vezes, povoam nossa memória por anos ou décadas, têm outro destino quando compartilhadas com o profissional da psicologia.
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RG Psicologia
Prof. Me. Rodrigo Giannangelo
CRP 06/56.201-2
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