[ALERTA GATILHO: violência doméstica]
Este é o segundo texto da série “Homens que agridem mulheres”.
Veja o primeiro (Ciclo da violência) no fim desta página.
A alta incidência da violência doméstica contra mulheres no Brasil é o principal motivo para que a situação receba atenção especial.
A OMS – Organização Mundial de Saúde realizou, em 2005, um amplo estudo sobre o tema, envolvendo diversos países, entre eles o Brasil.
Seguem abaixo alguns dados relevantes sobre a realidade brasileira.

Organização Mundial de Saúde, 2005:
– 29% das mulheres em regiões urbanas já sofreu violência doméstica, física e/ou sexual, com maior incidência da violência física (65% destas)
– 16% destas sofreu violência de grau severo (socos, chutes, estrangulamentos, queimaduras e uso de armas)
– A violência doméstica não é um fato isolado; a maioria das mulheres violentadas já passou por mais de uma ocorrência do tipo
– Mulheres mais jovens sofrem mais atos de violência que mulheres mais velhas, com especial prevalência entre adolescentes de 15 a 19 anos
– Mulheres com nível de instrução formal até o ensino médio sofrem mais violência do que as que têm educação superior
– Uma grande porcentagem das mulheres já foi exposta a situações de abuso emocional (mais de 25% em regiões rurais), como humilhação na frente de outras pessoas, intimidação com gritos, entre outras formas
– Homens que cometem violência têm maior chance de demonstrar comportamentos controladores, como impedir a mulher de ver amigos, querer saber onde ela está a todo momento, acusar de traição, ficar nervoso quando ela conversa com outros homens, ou até impedir seu acesso a serviços de saúde
– Mulheres que já sofreram violência doméstica têm maior incidência de estresse emocional e comportamento suicida
– Mais de 20% das mulheres não contam os episódios de violência que sofrem a ninguém
Fonte: Tradução livre do autor, a partir do original em inglês
WHO multi-country study on women’s health and domestic violence against women: summary report of initial results on prevalence, health outcomes and women’s responses. Geneva, World Health Organization, 2005.