É muito comum que as pessoas que não são da área façam confusão com tantos nomes e títulos profissionais.
Confira abaixo um resumo que estabelece as diferenças e semelhanças entre as principais nomenclaturas encontradas hoje na saúde mental.
PSIQUIATRA

A psiquiatria é uma área de especialização médica, como a pediatria, a ortopedia, a endocrinologia etc.
O médico formado que opta por esta formação realiza uma pós-graduação (chamada de “residência médica”) para se especializar no tratamento de transtornos psiquiátricos.
A “residência em psiquiatria” da Faculdade de Medicina da USP-SP, por exemplo, é composta por 3 anos de estudos e prática supervisionada obrigatórios.
Como médico, a abordagem do psiquiatra compreende os transtornos a partir de suas manifestações bioquímicas e neurológicas, ou seja, dos problemas no funcionamento do sistema nervoso que podem acarretar estados de sofrimento.
A terapêutica de escolha do psiquiatra é medicamentosa. Existem inúmeros tipos de remédios utilizados na prática psiquiátrica, como os antidepressivos, ansiolíticos, anticonvulsivantes, estabilizadores de humor, entre outros.
Psiquiatras ativos devem ser cadastrados em um Conselho Regional de Medicina brasileiro, que lhes atribui uma numeração identificativa, e fiscaliza e acompanha a lisura de sua prática durante toda sua vida profissional.
PSICÓLOGO

Psicólogo é o título atribuído a quem conclui o curso superior de Psicologia, uma graduação (curso universitário) em nível de bacharelado.
Também na Psicologia existem áreas / ênfases que podem ser escolhidas previamente pela estrutura curricular do curso, ou pelo próprio aluno, em consonância com o projeto pedagógico de sua instituição de ensino.
Para formar um psicólogo, considerada a possibilidade da escolha de ênfase, um curso de Psicologia deve ter uma carga horária mínima de 3.630 horas, acrescida de um mínimo de 420 horas de estágio supervisionado.
Nem todo psicólogo trabalha na área clínica. Alguns dedicam seus estudos ao trabalho com organizações, à pesquisa, à docência etc.
Para os que escolhem a clínica, a formação em Psicologia oferece uma multiplicidade de enfoques possíveis, dentre os quais se destacam:
– As vertentes comportamentais e cognitivo-comportamentais, e as baseadas nas neurociências do comportamento;
– As “psicanálises” em suas diferentes propostas e autores (Freud, Lacan, Byon, Klein, Winnicott, Pichon-Rivièrre);
– As psicologias humanistas, surgidas em meados do século XX, como a Abordagem Centrada na Pessoa, a Gestalt Terapia, o Psicodrama, a Daseinsanalise.
O psicólogo também é o profissional da saúde mental que tem o direito legal exclusivo de aplicar instrumentos e técnicas psicológicas para os seguintes fins:
– Diagnóstico psicológico;
– Orientação e seleção profissional;
– Orientação psicopedagógica;
– Solução de problemas de ajustamento.
Ao psicólogo é vedada a utilização de técnicas e instrumentos para os quais não tenha obtido formação, e que não façam parte do arcabouço de conhecimentos da Psicologia. Logo, leitura de oráculos, por exemplo (mapa astral, tarô, I-Ching…) não faz parte do cotidiano de um profissional adequado ao seu trabalho.
Psicólogos ativos devem ser cadastrados em um Conselho Regional de Psicologia, que lhes atribui uma numeração identificativa, e fiscaliza e acompanha a lisura de sua prática durante toda sua vida profissional.
PSICANALISTA
A psicanálise é um método clínico e de investigação do sujeito psíquico. Sua origem remonta aos primeiros trabalhos de Freud, ainda no final do século XIX.
Embora possa ser considerada um campo do conhecimento abrangido pelo que hoje conhecemos como Psicologia, sua teoria e métodos podem ser utilizados por profissionais não-psicólogos.
Como o Brasil não tem uma legislação que discipline a prática, entende-se que qualquer profissional pode exercê-la, pois é um ofício, um trabalho.
Por um lado, ao permitir que qualquer curso livre forme o profissional psicanalista, consegue-se estender a prática para um número maior de pessoas. Por outro, porém, cria-se uma dificuldade para que o usuário saiba qual o nível de formação e preparo de um profissional que oferece seus serviços, uma vez que não há órgão ou conselho superior para regular e fiscalizar.
A psicanálise não é uma profissão regulamentada, ou seja, não possui Conselho Profissional.
TERAPEUTA
Qualquer pessoa que aplica procedimentos e/ou métodos que buscam restabelecer a saúde ou a qualidade de vida de alguém pode ser considerado um terapeuta. Logo, psiquiatras, psicólogos e psicanalistas também são, por extensão, terapeutas.
Mais uma vez, trata-se de uma ocupação não regulamentada. Isso significa que, legalmente, no Brasil, um profissional pode auto intitular-se “terapeuta” independentemente de haver feito curso ou outro dispositivo de formação para o ofício.
Isso não quer dizer que sejam profissionais menos importantes, mas, novamente, o usuário do serviço deve estar atento ao que lhe é oferecido.
COACH
As técnicas de coach surgiram no contexto da administração de pessoas (“recursos humanos”), e não da saúde mental, como maneira de auxiliar profissionais em crise a melhor se situarem em suas carreiras, e planejarem seus projetos de futuro.
Com a oportunidade da não regulamentação da profissão de terapeuta, porém, muitos profissionais com cursos de coach passaram a lutar por seu “lugar ao sol” junto aos clínicos da saúde mental, dispondo-se a atender pessoas em sofrimento psíquico.
UMA REFLEXÃO
Ainda que nenhum dos profissionais da saúde mental possa ter sua competência atestada e garantida apenas pelo nome do título que possui, a inexistência de qualquer segurança em relação à formação de profissões não regulamentadas gera um campo de profissionais especialmente heterogêneo em relação à capacidade de cada um deles para atuar junto a pacientes com os mais diversos tipos e níveis de gravidade de transtornos psíquicos.
É fundamental que os usuários destes serviços procurem informações e indicações que permitam identificar bons profissionais.
RECADO PARA VOCÊ
A pandemia tem afetado o bem-estar de quase todas as pessoas.
Muitas estão ansiosas, estressadas ou assustadas, constantemente pensando no que pode dar errado.
Estudiosos preveem que isso deve trazer consequências negativas até muito tempo depois que a pandemia terminar.
Portanto, se você não estiver se sentindo bem, procure ajuda.
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