
Primeiro, é preciso dizer que qualquer relacionamento pode ter características abusivas. Entre pais e filhos, namorados, cônjuges, amigos etc.
Dizer que uma relação é abusiva significa que uma das partes tem seus limites constantemente invadidos e desconsiderados, sem que perceba ou consiga evitar.
Estabelece-se, assim, um elo emocional em que a parte abusadora usa a relação para satisfazer certos desejos egoístas, enquanto a parte abusada se esforça em satisfazê-los, em detrimento dos próprios desejos (e, muitas vezes, do próprio bem-estar).
A perspectiva clínica mostra que, em geral, essa devoção ao outro tem origem no medo de perdê-lo, ou melhor, de perder sua atenção e seu amor. É como se a pessoa abusada se submetesse a servir a abusadora, oferecendo mais do que recebe, como forma de “pagamento” por sua permanência física e psíquica ao lado dela.
A pessoa abusada costuma ter problemas de autoestima, além de uma noção distorcida de limites. Assume indevidamente responsabilidades, e recorrentemente sente-se culpada por tudo que acontece na relação.
Com o tempo, porém, a frequência do abuso pode levar ao esgotamento psíquico do abusado. Então, este parceiro pode, finalmente, se sentir desvalorizado, impotente, arrependido e usado, podendo querer terminar a relação.
Neste momento, contudo, duas dificuldades costumam aparecer: 1. O parceiro abusado percebe que, por mais que entenda quão ruim é a relação, parece não ter forças para terminar; 2. O parceiro abusador despreza a vontade do abusado, e não permite o final da relação.
As características abaixo são frequentes em relacionamentos abusivos. Se você está vivendo uma relação assim, ou conhece alguém que esteja, procure ajuda. A ligação emocional entre abusador e abusado é intensa, e nem sempre é possível livrar-se sozinho.

Ciúme excessivo
O ciúme é um componente quase “obrigatório” em relacionamentos abusivos.
A desconfiança do parceiro abusivo não se refere apenas ao medo de que o outro tenha experiências afetivas / sexuais fora da relação, mas a qualquer situação em que se demonstrem interesses e ocupações além do próprio parceiro (trabalho e amigos, por exemplo).
Com o tempo, o ciúme se desdobra em proibições e restrições cada vez maiores e demasiadas, com relação a amizades e vestuário, por exemplo.
Invasão de privacidade
Controlar senhas de e-mail, redes sociais e de desbloqueio de celular, fiscalizar o uso de dispositivos e aplicativos, vigiar conversas particulares, tudo isso demonstra que um parceiro não aceita que o outro tenha sua própria vida privada, e pode ser sinal de abuso.
Desconfiança constante
O parceiro abusador sempre acha que o outro pode estar fazendo algo “errado”. Mas, cuidado. “Errado” aqui significa simplesmente fazer qualquer coisa que o abusador não esteja de acordo, ou seja, fugir às regras que ele impõe para controlar a pessoa e a relação.
Constrangimento, inclusive na frente de outras pessoas

Parceiros abusadores não costumam ter escrúpulos de expor os problemas da relação publicamente, ainda que, na privacidade do casal, as broncas e agressões possam ser mais intensas e explícitas.
Nessas situações, é comum que a pessoa abusada se sinta mal, envergonhada ou até culpada, enquanto o abusador parece encarar tudo com mais naturalidade.
Chantagem emocional
A principal estratégia do abusador para “prender” a pessoa abusada na relação é sempre emocional, e não racional / intelectual. Ele faz com que a pessoa abusada se sinta responsável (culpada) pelos problemas, e até mesmo pelas agressões (psicológicas ou físicas) que sofre.
É comum que, depois de ofender e agredir, abusadores digam coisas como: “Tá vendo? A culpa é sua! Se você não tivesse feito tal coisa, eu não precisaria ter feito isso!”.
Ameaças
Nem toda agressão do abusador se realiza. Aliás, antes de agredir, é comum que este parceiro tente controlar por meio de ameaças, que tendem a se intensificar com o tempo.
Falta de respeito às opiniões e escolhas do outro
Parceiros abusados costumam se sentir sem valor e ter uma auto estima deteriorada.
Esta é a brecha que os abusadores utilizam para desconsiderar e desrespeitar atitudes e opiniões do outro.
Irritação intensa e constante
Dentro do relacionamento, o parceiro abusador costuma ficar nervoso facilmente, e com grande frequência, embora possa ser alguém tranquilo e amável para as demais pessoas com quem se relaciona.
Agressões físicas
As agressões físicas costumam ser vistas como o último e pior estágio de uma relação abusiva. Contudo, como vimos até aqui, são apenas mais uma trágica consequência do controle abusivo.
Quando a agressão física se instala, a vida da vítima está em risco. Mesmo quando começa com um “simples” empurrão ou tapa, as pesquisas mostram que a intensidade e gravidade das agressões tendem a aumentar com o tempo.
Desde o primeiro momento, as vítimas devem procurar apoio de amigos, familiares e, muito importante, buscar condições para denunciar às autoridades. Quanto mais o tempo passa, mais difícil denunciar.
A agressão física pode se refletir na exigência de relações sexuais. Vale lembrar que, conforme a legislação brasileira, todo contato sexual não consentido é considerado estupro, não importando o tipo de relação que exista entre as pessoas.
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Um comentário em “COMO SABER SE ESTOU EM UM RELACIONAMENTO ABUSIVO?”