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KOAN: MEDITAÇÃO ZEN PARA EXTRAPOLAR OS LIMITES DA RAZÃO

O que é um Koan?

Originários do Japão, na tradição do Budismo Zen, os koan são questões enigmáticas feitas pelo mestre para conduzir seu discípulo a um caminho meditativo que consiste na busca de uma resposta que não pode ser encontrada pelo discurso racional / analítico tradicional.

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Os koan também se apresentam como histórias cuja compreensão também não pode ser obtida por processos lineares ou racionais.

Um koan bastante conhecido é “qual o som quando se batem palmas com uma mão só?”.

Finalmente, há o mu-koan (mu = nada), em que pergunta e resposta são dadas, mas não têm conexão lógica racional. Por exemplo, “O que é Buda?” – “Um quilo e meio de linho.”

A ideia por trás dos koan, ao criar o paradoxo, é obrigar aquele que medita a extrapolar os limites do pensamento intelectual, ampliando sua reflexão e o aproximando da “iluminação”.

Não há respostas certas e erradas para um koan. Ao contrário, o exercício meditativo acaba por revelar a inutilidade, tanto das respostas prontas, quanto das certezas do ego.

Veja alguns exemplos de koan na forma de pequenas histórias:

Koan 1

Dois monges discutiam a respeito da bandeira do templo, que tremulava ao vento. Um deles disse:

– É a bandeira que se move.

O outro disse:

– É o vento que se move.

Trocaram ideias e não conseguiam chegar a um acordo. Então Hui-neng, o sexto patriarca, disse:

– Não é a bandeira que se move. Não é o vento que se move. É a mente dos senhores que se move.

Koan 2

Certa vez, o Mestre taoísta Chuang Tzu sonhou que era uma borboleta, voando alegremente aqui e ali. No sonho, ele não tinha mais a mínima consciência de sua individualidade como pessoa. Ele era realmente uma borboleta. Repentinamente, ele acordou, e se descobriu deitado em sua cama, uma pessoa novamente.

Mas, então, ele pensou para si mesmo:

“Antes, fui um homem que sonhava ser uma borboleta ou, agora, sou uma borboleta que sonha ser um homem?”

Koan 3

Finalmente, após muitos sofrimentos, Shang Kwang foi aceite por Bodhidharma como seu discípulo. O jovem então perguntou ao mestre:

“Eu não tenho paz de espírito. Gostaria de pedir, Senhor, que pacificasse minha mente.”

“Ponha sua mente aqui na minha frente e eu a pacificarei!” replicou Bodhidharma.

“Mas… é impossível que eu faça isso!” afirmou Shang Kwang.

“Então já pacifiquei a sua mente.”, conclui o sábio.

Koan 4

Num dia chuvoso, quando estava sentado com um discípulo no salão do templo e ouvindo as gotas d’água batendo suavemente no telhado e no pátio, o mestre Jing-qing perguntou ao outro monge:

“Que som é aquele lá fora?”

“É a chuva,” respondeu o monge. O mestre disse:

“Ao buscar fora de si mesmos alguma coisa, todos os seres se confundem com os significados.”

“Então,” replicou o discípulo, “como deveria eu me sentir em relação ao que percebo, Mestre?”

O sábio apenas disse:

“Eu sou o barulho da chuva.”


ENTRE EM CONTATO:

Psicólogo Msc. Rodrigo Giannangelo
CRP 06/56201-2

 

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