SATISFEITO COM AS AULAS ONLINE DE SEUS FILHOS? A PSICOLOGIA E A NEUROCIÊNCIA PODEM AJUDAR

Sinceramente: você está satisfeito com as aulas online de seu filho / sua filha?

Desde o começo da pandemia, sabe-se que tem sido gigantesco o esforço de pais e professores para minimizar os impactos da imprevista virtualidade da educação em 2020.

No entanto, não é possível dizer que tal empenho expresse bons resultados no desempenho de aprendizagem.

Recente estudo realizado nos EUA mostrou que os resultados em Matemática e Língua inglesa sofreram um impacto negativo importante no aprendizado online*.

Preocupados, alguns pais têm se posicionado favoráveis ao retorno das aulas presenciais. 

O atual número de infectados e óbitos da Covid-19, porém, ainda não permite que essa volta ocorra de forma segura, seja para as crianças e para os profissionais da escola, seja para outras pessoas com quem eles convivem, em especial as que pertencem ao chamado grupo de risco.

Se temos a perspectiva de que as salas de aula permaneçam virtuais por mais algum tempo, o que a psicologia e a neurociência podem nos propor?

ELIMINE DISTRAÇÕES

Pais sabem bem isso: crianças pequenas se distraem muito facilmente.

Do ponto de vista neurológico, o cérebro só estará totalmente pronto para manter o foco em tarefas específicas perto dos 10-11 anos de idade.

Até lá, os adultos podem e devem ajudar.

Na sala de aula tradicional, além do mobiliário adaptado aos objetivos pedagógicos, docentes intervêm para direcionar a atenção errante.

O que os pais podem fazer agora que essas crianças assistem a aulas online em suas próprias casas?

As distrações das crianças pequenas são coisas que fornecem gratificação imediata: comida, brinquedos, desenhos animados, socialização com outros membros da família ou com pets, por exemplo. 

Por esse motivo, o local onde a criança participa do aprendizado à distância deve eliminar todas essas possíveis distrações que fornecem recompensa rápida.

OFEREÇA RECOMPENSAS ADEQUADAS À IDADE

Somente à medida que crescem (por volta dos 10-11 anos), as crianças se tornam capazes de considerar metas mais complexas e de longo prazo, pensando nas consequências de suas ações.

Crianças pequenas valorizam recompensas imediatas e não toleram o desconforto por muito tempo. Para estas, recompensas apropriadas podem incluir comidas favoritas, um tempo com seu brinquedo favorito ou com seu animal de estimação.

Em todas as idades, as crianças também são sensíveis a recompensas sociais, como elogios de seus pais, professores ou amigos. Valorizá-las e apoiá-las dessa forma é especialmente importante, inclusive para o estabelecimento de uma autoestima favorável. 

Crie oportunidades de “surpreender” seu filho fazendo coisas que você pode elogiar (como o dever de casa), e considere recompensar seus esforços de aprendizagem.

RECOMPENSAS SOCIAIS FACILITAM O ENGAJAMENTO

Para boa parte das crianças, o trabalho escolar não é inerentemente gratificante, e muito de seu interesse na escola envolve recompensas sociais, como conversar e brincar com os amigos.

Outras são motivadas a impressionar um professor querido e encorajador.

A aprendizagem virtual remove muitas dessas interações socialmente gratificantes.

Encontre oportunidades de elogiar seu filho por seus esforços. Mostre que você sabe que não está sendo fácil. Lembre-o do quanto você valoriza e tem orgulho de seu trabalho.

Defina claramente as expectativas em relação a este envolvimento com os trabalhos escolares e estabeleça as recompensas mais adaptadas ao contexto.

DICAS FINAIS

– Considere o momento atual como uma oportunidade imprevista mas interessante de se relacionar com seu filho e ajudá-lo;

– Seja sensível ao nível de desenvolvimento de seu filho. Não é realista esperar que uma criança permaneça focada por horas sem monitoramento. Se você a punir por isso, criará ambiente para uma autoestima vacilante;

– Ajuste suas expectativas e motive sempre que possível;

– Elimine distrações tanto quanto possível;

– Pense em incentivos sociais criativos;

– Muito importante: se está difícil para você, que precisa conciliar o acompanhamento das aulas de seus filhos com outras obrigações, também não está fácil para as crianças, que sequer têm estrutura afetiva e cognitiva para compreender exatamente o momento que o mundo está passando.

E lembre-se: a escola presencial estará de volta em breve.


* Fitzpatrick, Berends, Ferrare, Waddington, 2020. Virtual Illusion: Comparing Student Achievement and Teacher and Classroom Characteristics in Online and Brick-and-Mortar Charter Schools. Educational Researcher. 161-175.

Imagens: Pixabay / Freepik


ENTRE EM CONTATO:

Psicólogo Rodrigo Giannangelo
CRP 06/56201

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1 comentário em “SATISFEITO COM AS AULAS ONLINE DE SEUS FILHOS? A PSICOLOGIA E A NEUROCIÊNCIA PODEM AJUDAR”

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