
Há pessoas que sentem um grande desconforto em situações sociais.
Seja quando há interação (o indivíduo precisa conversar, negociar, circular entre outras pessoas), ou quando o indivíduo é foco ou centro das atenções de outros indivíduos (dando uma palestra ou apresentando um trabalho de escola), a presença / o olhar do outro causam grande aflição. São ocasiões que provocam sofrimento mesmo antes de acontecerem, e oprimem cada vez mais conforme o momento se aproxima.
O senso comum chama essas pessoas, genericamente, de tímidas.
Apesar do incômodo envolvido na interação social, pessoas tímidas podem aprender a conviver relativamente bem com suas características e, inclusive, usá-las a seu favor em determinados contextos (quem nunca quis ter uma boa desculpa para fugir de certas “roubadas” sociais?).
No entanto, como tudo que se refere aos modos de ser humanos, dizer apenas que alguém é tímido pode não significar muito. Há muitas formas de ser tímido, há muitos níveis possíveis de timidez.
Quando o desconforto se aplica a um amplo espectro das situações de vida do sujeito, a ansiedade social é capaz de paralisá-lo na execução de suas tarefas cotidianas e uma importante carga de sofrimento resulta desse quadro, é possível que estejamos diante de uma fobia social.
O olhar clínico (que não se vale do método científico tradicional) sugere que a fobia social costuma se apresentar em sujeitos que, na infância, tiveram cuidadores que lhes exigiam, de modo acentuado, a ordem, a responsabilidade, e comportamentos rigidamente alinhados a uma determinada noção de “certo”.
O sujeito com ansiedade social reporta sensações de embaraço, medo de se expor, de parecer ridículo e inadequado, de ser julgado negativamente por outras pessoas e de vergonha.
Algumas pessoas se sentem mal em situações formais, relacionadas com o trabalho, por exemplo, mas ficam razoavelmente confortáveis em situações mais casuais, como em festas. Para outras, pode ser o contrário: ficam mais confortáveis em situações formais do que em situações não estruturadas, de encontro social.
Para muitas, mesmo formas simples de interação social, como fazer uma compra na padaria ou cumprimentar um vizinho, são difíceis. Para essas pessoas, fazer amizades ou manter encontros amorosos pode estar distante da realidade.

CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO
Para a Fobia Social o DSM-IV sugere os seguintes critérios:
A: Temor persistente, ligado a situações sociais ou a atuações em público por medo de resultar em embaraços.
B: A exposição a esses estímulos produz quase invariavelmente uma resposta imediata de ansiedade.
C: A pessoa reconhece que esse medo é excessivo ou irracional (pode não acontecer em crianças).
D: Há evitação das situações sociais ou das atuações em público mesmo que às vezes se possa suportar com extremo temor.
E: Esta evitação ou ansiedade interfere marcantemente na rotina diária da pessoa.
G: A evitação não se deve a efeitos fisiológicos diretos de uma substância ou de uma enfermidade médica, bem como não pode ser explicada pela presença de outro transtorno mental.
Imagens: Pixabay / Freepik
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