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DÉJÀ VU: #TBT DA MEMÓRIA OU FALHA NA MATRIX?

Déjà vu é uma expressão francesa, que significa, literalmente, “já visto”. O termo foi utilizado pela primeira vez por Émile Boirac (1851-1917), um estudioso interessado por fenômenos psicológicos.

A maioria de nós já experimentou um déjà vu, a sensação de já ter vivido a situação presente antes.

Ao longo do tempo, muitas teorias tentaram explicar o fato, a maioria delas sem respaldo científico. Nesse sentido, estudo recente conduzido pelo psicólogo e neurocientista Akira O’Connor (Universidade de Saint Andrews – Escócia) tenta iluminar a questão.

Segundo ele, o déjà vu seria um mecanismo cerebral que verifica se nossa memória está funcionando direito.

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Conclusão do estudo

O’Connor pesquisou 21 pessoas em situação de déjà vu induzido. Ao invés de verificar uma maior ativação de áreas cerebrais ligadas à memória, áreas dedicadas à tomada de decisões foram as mais ativas.

Na opinião do psicólogo, os resultados indicam que o fenômeno ocorre quando as regiões frontais do cérebro estão revisando nossas lembranças em busca de algum erro na memória, o que provocaria esse conflito entre a sensação de recordar e o momento presente.

Pessoas com maior tendência

Há pessoas que experimentam o déjà vu com maior frequência. O motivo é desconhecido, mas o estudo de O’Connor sugere duas hipóteses: o sistema de comprovação do cérebro dessas pessoas pode não funcionar tão bem, ou funciona bem e sua memória erra pouco.

Certas situações também estão mais associadas ao fenômeno, como dormir pouco, quadros de epilepsia, psicose provocada por anfetaminas e o efeito de certos medicamentos.

Outro fato é que a ocorrência tende a diminuir com a idade.

O déjà vu pode ser um problema?

Sim. Algumas pessoas têm experiências de déjà vu persistentes.

Um artigo da revista Scientific American compilou a experiência de duas pessoas que tinham uma sensação persistente de déjà vu, tão intensa que se negavam a ler o jornal ou a ver televisão, porque sentiam que já tinham visto tudo aquilo antes. Também tinham problemas ao fazer compras, pois sempre achavam que já tinham adquirido aqueles produtos. Pesquisadores descobriram que essas pessoas tinham lesões nas regiões temporais e frontais, as mesmas que aparecem ativadas nas ressonâncias de O’Connor em pacientes sãos.

Outras teorias

Estudos anteriores já haviam sugerido que o déjà vu pode ocorrer porque os indivíduos acreditam recordar uma imagem que é similar a um amplo número de eventos armazenados na memória, ou mesmo porque há um elemento que nos parece familiar em um contexto totalmente novo. Outra possibilidade é que a cena nos pareça semelhante a outro momento que recordamos vagamente e ao qual não prestamos muita atenção quando o vivemos.

O pai da psicanálise, Sigmund Freud, também deu sua contribuição ao tema. Para ele, o déjà vu é a recordação de uma fantasia inconsciente que, devido ao recalque, não está disponível à consciência, mas é invocada por certas características da situação presente.

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