Pessoas que sofrem com o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) podem ter muita dificuldade com relacionamentos românticos. Por exemplo, sintomas do TPB incluem mudanças bruscas de humor e comportamento, que tendem a complicar as relações. Insegurança e impulsividade são outras características que também costumam estar presentes e são desafios à vida a dois.
Contudo, o correto acompanhamento profissional permite que a pessoa com TPB desenvolva relacionamentos fortes e satisfatórios.

O que é o Transtorno de Personalidade Borderline?
Para ser diagnosticado, o paciente deve apresentar pelo menos cinco destes sintomas.
– Medo do Abandono: chegar atrasado a um encontro marcado pode desencadear esse medo, por exemplo. Cumprir estratégias para evitar que alguém saia de perto é um comportamento que pode demonstrar esse sintoma.
– Relacionamentos instáveis: relações curtas e intensas. Podem acreditar que cada nova pessoa é ‘a única’. Por outro lado, em pouco tempo, podem mudar de ideia e achar que aquela pessoa é horrível.
– Autoimagem imprecisa ou mutável: Um senso instável de si mesmo é outro sintoma. Às vezes, uma pessoa com TPB pode alternar entre odiar-se e manter-se em alta estima. Também pode não ter constância em sua carreira, com amigos, parceiros, objetivos etc.
– Comportamentos impulsivos: Comportamentos impulsivos, como dirigir de forma imprudente, praticar sexo inseguro ou ingerir grandes quantidades de álcool.
– Auto dano ou comportamento suicida: Automutilação, ideação suicida.
– Mudanças intensas de humor: podem durar de minutos a várias horas.
– Sentimento Crônico de Vazio: podem tentar preencher esse vazio com elementos externos, como drogas ou sexo, geralmente sem sucesso.
– Raiva explosiva: temperamento ‘pavio curto’ e problemas de controle da raiva.
– Sensação de estar fora da realidade, paranoia e dissociação: sentir-se nebuloso ou afastado da realidade, sensação de perder contato com a realidade.

Tratamentos
O tratamento para o TPB inclui psicoterapia e medicamentos.
Essas mesmas terapêuticas são indicadas para ajudar os pacientes a lidar com problemas coadjuvantes ao Transtorno Borderline, como como alcoolismo e depressão.
8 dicas para se relacionar com uma pessoa Borderline
O relacionamento com alguém com TPB pode ser tempestuoso, mas também pode ser cheio de amor e compaixão. Tanto o tratamento profissional quanto uma rede de apoio robusta são essenciais para ajudar seu parceiro a lidar com seus sintomas.

A seguir, oito conselhos para se lembrar.
1. Defina limites com seu parceiro
Estabelecer — e respeitar — limites, por meio de uma comunicação aberta, ajuda a estruturar o relacionamento.
Seja claro ao comunicar preferências, valores e desejos ao seu parceiro.
2. Os Três C’s
Pode ser tentador se culpar pelos sintomas do parceiro.
Talvez você ache que fez algo para deixá-lo com raiva.
Por isso, é importante lembrar os três C’s: causa, cura e controle.
Você não causou isso.
Você não pode curá-lo.
Você não pode controlá-lo.
E mais: culpar-se pelo comportamento do seu parceiro é prejudicial tanto para ele quanto para você.
3. Algumas pessoas com TPB têm um passado traumático
Muitos pacientes enfrentam os efeitos de uma infância abusiva e traumática. Se for o caso do seu parceiro, pode ser levar tempo para conseguir confiar e formar relações íntimas.
Muitas vítimas de abuso infantil acreditam que não são dignas de amor.
4. Pessoas com TPB se sentem inseguras sobre si mesmas
Ciúme e raiva podem facilmente explodir em pessoas com TPB. Porém, essa tendência decorre de um medo exagerado do abandono. Exigir continuamente a garantia do seu amor e compromisso também.

5. É importante cuidar de si mesmo
Em meio à trama do relacionamento, é fácil esquecer de cuidar da sua própria saúde.
Exercitar-se, descansar, comer de forma saudável, além de procurar apoio psicoterapêutico, pode ajudá-lo a lidar melhor com seu estresse e emoções.
6. Incentivar a responsabilidade
É importante não se portar como se fosse ‘pai’ ou ‘herói’ de seu parceiro, principalmente porque as características da relação podem incentivar esse tipo de papel (ver o parceiro como alguém frágil, que precisa ser cuidado).
Um parceiro firme, que incentiva a responsabilidade, é o que o paciente com TPB precisa. Você pode oferecer apoio, mas não deve livrá-lo das consequências de seus atos.
7. Pessoas com TPB precisam se sentir validadas
Quando seu parceiro tentar comunicar seus sentimentos para você, certifique-se de ouvir ativamente e validar seus sentimentos.
As reações ou emoções do seu parceiro podem parecer ilógicas para você, mas são reais e dolorosas.
Validar emoções e pensamentos não significa concordar com eles. O importante é que seu parceiro se sinta ouvido e compreendido.
8. Gerenciar o TPB pode ser um processo lento
Permanecer paciente e manter metas realistas é essencial para lidar com um parceiro com TPB. A mudança pode acontecer, mas não da noite para o dia.
Mal entendidos comuns sobre pessoas Borderline
– TPB não é tratável: Embora seja difícil falar numa cura definitiva, é possível tratar a condição com grande eficiência na redução da gravidade de seus sintomas.
– Apenas mulheres têm TPB: Há estudos, inclusive, que verificaram incidência semelhante nos dois gêneros.
– Pessoas com TPB são violentas: É importante evitar estigmatizar as pessoas. Pessoas com TPB merecem compaixão e ajuda, como qualquer outro ser humano.