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Mediunidade em xeque: Médiuns têm desempenho pior ao tentar contatar mortos

MEDIUNIDADE EXISTE?

MEDIUNIDADE

Há milênios, pessoas supostamente dotadas de poderes especiais – os chamados “médiuns” – alegam ser capazes de contatar os mortos.

Apesar da prática ser largamente difundida, e oferecer consolo a famílias que recebem mensagens de seus entes queridos falecidos, a ciência não reconhece sua validade.

James Randi, ex-mágico e pesquisador canadense, ficou famoso por oferecer US$ 1 milhão a qualquer pessoa que demonstrasse em ambiente cientificamente controlado ter poderes paranormais. Muitos tentaram, mas ninguém conseguiu demonstrar possuir algo como a mediunidade.

Mais recentemente, pesquisadores do Instituto de Ciências Noéticas, na Califórnia, e da Universidade da Califórnia, colocaram outros médiuns autodeclarados à prova – e os resultados não podiam ser piores para a crença paranormal.

No experimento publicado na revista “Brain and Cognition”, cientistas levaram 12 médiuns e 12 não-médiuns. A intenção era verificar se os médiuns tinham de fato uma conexão com os mortos, pedindo que eles descobrissem a causa de suas mortes.

Todos os participantes puderam observar 180 imagens memoriais de indivíduos falecidos, e depois pediu-se que dissessem como cada pessoa morreu. Ao longo dos testes, os participantes tiveram sua frequência cardíaca e atividade cerebral monitoradas.

Se os médiuns têm uma ligação com o “mundo dos mortos”, esperava-se que fosse, capazes de identificar corretamente a causa da morte com mais frequência do que os não-médiuns, que estavam essencialmente “chutando”.

Surpreendentemente, no entanto, os médiuns tiveram pior desempenho.

MEDIUNIDADE: RESULTADOS SURPREENDEM

Quando os não-médiuns tentaram adivinhar a causa da morte, tiveram um desempenho superior ao acaso – 4% a mais, em relação ao que seria esperado se fizessem escolhas aleatórias. Os médiuns, porém, tiveram desempenho pior que o acaso (0,2% abaixo do esperado).

Os médiuns também demoraram mais tempo, em média, para responder às perguntas, especialmente nas questões que erraram.

O monitoramento das frequências cerebral e cardíaca também mostrou diferenças. Durante o teste, os médiuns mantiveram uma frequência cardíaca mais alta (média quase 10 bpm mais alta). Os autores sugerem que os médiuns tenham ficado mais nervosos durante os testes do que os não-médiuns.

Em relação à atividade cerebral, os sujeitos não-médiuns tiveram maior intensidade na região de processamento visual do cérebro (lobo occipital) do que os médiuns. Os pesquisadores sugerem que os não-médiuns dedicaram mais atenção à análise visual das fotografias, embora essas diferenças na atividade cerebral não estivessem ligadas a respostas mais corretas.

O QUE SIGNIFICA?

Como pessoas “comuns” poderiam ter um desempenho melhor do que aquelas que afirmam categoricamente possuir a capacidade de contatar os mortos?

A resposta mais simples a essa pergunta é que as alegações dos médiuns são falsas.

No entanto, quando confrontados com os resultados e questionados sobre a experiência, médiuns sugeriram que pode haver uma outra razão.

Alguns médiuns disseram achar difícil diferenciar o tipo de morte, pois sentiam a dor do indivíduo falecido, mas não a causa dessa dor. Por exemplo, uma dor interpretada como ataque cardíaco poderia decorrer de um tiro no peito ou de um trauma torácico associado a acidente de carro.

Essas descobertas sugerem que os médiuns podem não ser os contatos paranormais que alegam ser. Contudo, é fato que se trata de um assunto difícil de pesquisar.

Novas pesquisas podem ser realizadas em breve para iluminar o campo de maneira definitiva.


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