COMO SER ALGUÉM COM QUEM TODOS QUEREM ESTAR

A questão aqui não é dar dicas de como ser uma pessoa melhor. Acontece que você pode ser uma pessoa excelente, mas cair em armadilhas psicológicas que lhe fazem parecer um idiota.

Em geral, pessoas não gostam de estar perto de quem propositalmente as faz sentir mal consigo mesmas.

Parece óbvio, não é?

Contudo, muitos de nós agimos assim, sem perceber. Tentando esconder fragilidades ou suprir carências, nos comportamos como babacas, inclusive com quem gostamos.

Quer exemplos?

Ser demasiadamente competitivo e fazer de tudo para ganhar sempre pode ser uma maneira de vencer uma autoestima debilitada;
Fazer as pessoas se sentirem burras, provando que estão erradas em determinado assunto, pode ser o único meio de fazer alguém inseguro se sentir inteligente;
Ostentar bens materiais e fazer alguém se sentir pobre pode aumentar artificialmente a autoconfiança.

Há pessoas que utilizam TODOS esses truques. Ainda assim, muitas não entendem o porquê de não terem grandes amigos ou não conseguirem manter relacionamentos duradouros.

Quem quer ficar perto de uma pessoa que parece só se importar consigo mesma?

A melhor maneira de se livrar desses comportamentos é conhecendo-se melhor. Identificando as fragilidades que o levam a eles e fazendo escolhas melhores.

Este é um dos objetivos da terapia: evitar que sejamos controlados por nossas questões internas mal resolvidas.

Mas, enquanto não conseguimos elaborar todas as nossas questões, algumas dicas podem ajudar a fugir dessas situações desagradáveis.

1. Exercitando boas emoções

Como disse acima, o problema de muitas pessoas é provocar nos outros emoções negativas como forma de se “proteger” de aspectos mal resolvidos de si.

De certo modo, é como se essas pessoas só vissem coisas ruins, o tempo todo.

Ninguém quer estar perto de alguém assim. É por isso que esse tipo de pessoa não costuma ter muitas pessoas VOLUNTARIAMENTE PRÓXIMAS. Ou seja, pode ter proximidade com um grupo no trabalho (principalmente se ocupar uma função de liderança), no clube, na família. Mas apenas porque os vínculos com essas pessoas são obrigatórios. Se pudessem escolher, talvez mesmo essas pessoas próximas preferissem manter-se longe.

Por outro lado, fazer as pessoas sentirem alegria, prazer, generosidade etc., faz de você alguém mais agradável. Desde que não seja falso.

2. O poder de lembrar um nome

O Dr. Charan Ranganath, atual diretor do Programa de Memória e Plasticidade da Universidade da Califórnia, é categórico ao dizer que você esquece nomes porque “não está tão interessado”. Essa afirmação se baseia em uma propriedade da memória já há muito conhecida: as pessoas se saem melhor em lembrar coisas que estão motivadas a aprender.

Pois bem, o primeiro passo para mostrar que se importa com alguém é lembrar seu nome.

Estudo realizado entre centros de pesquisa no Japão e publicado em 2017 na revista “Cerebral Cortex” mostrou que várias regiões do cérebro se tornam mais ativas quando a pessoa ouve o próprio nome.

3. Mostrar-se “humano”

Ninguém acerta todas.

Mesmo os maiores vencedores (no esporte, na carreira profissional etc.) perdem muitas vezes. Por isso, quando você (consciente ou inconscientemente) só compartilha as partes boas da sua vida, está se mostrando uma realidade difícil de acreditar.

A identificação (aquela sensação de estar falando com alguém e pensar: “Eu me sinto assim também”), é um poderoso instrumento para criar proximidade. Nesse sentido, a imperfeição nos une.

Muitas pessoas têm receio de deixar que os outros as vejam como são verdadeiramente. Acham que suas imperfeições vão afastar.

Porém, às vezes é o contrário que acontece. Pessoas podem gostar mais de você por perceber que você é como elas, imperfeito.

Nesse mesmo sentido, vale dizer que uma pessoa costuma se sentir mais à vontade para interagir com você se você compartilha algo desconfortável primeiro.

Por exemplo, ao conhecer alguém que tenha a mesma profissão que você, em vez de contar suas proezas e sucessos, comece a conversa abordando aspectos difíceis do seu trabalho. Isso funciona como um convite para deixar de lado uma eventual competição entre vocês e desenvolver um diálogo mais autêntico.