Lidar com perdas é difícil. Lidar com a perda de um ente querido costuma ser mais penoso.
Numa sociedade como a nossa, em que as manifestações emocionais são tantas vezes abafadas com banalidades como “não chore” ou “tente não pensar nisso”, o desafio é ainda maior.
O luto é um processo privado e pessoal – cada pessoa lida com ele à sua maneira. Porém, algumas atitudes são pertinentes para a maioria de nós.

Permita-se sentir
Provavelmente a parte mais simples e mais difícil do processo de luto.
A perda é dolorosa e, quanto maior o apego, maior a ferida. Muitas vezes, aprendemos a reagir a situações de dor por meio da fuga e da negação. Afinal, se está doendo e incomodando, por que continuar sentindo?
Porque, infelizmente, experimentar essas emoções é essencial para a cura. Sem o processamento de emoções relevantes, ficamos presos no trauma da perda, o que nos leva à dor crônica.

À medida que nosso sistema nervoso é ativado pelas ameaças emocionais de perda e luto, nosso cérebro começa a vasculhar as memórias armazenadas para encontrar uma explicação para o que aconteceu. Esse mecanismo tem uma função adaptativa de sobrevivência, mas pode tomar conta do sistema e sustentar sentimentos negativos, reforçando-os e intensificando-os.
Mesmo que a perda possa evocar dor, raiva, frustração e tristeza, nossas emoções naturais devem ser sentidas e experimentadas. Negar essas emoções não é sinônimo de paz; ao contrário, cria uma falsa sensação de segurança que nos distancia da aceitação e da superação.
Falar com pessoas em quem você confia, fazer um diário ou simplesmente manter-se introspectivo pode ser útil. Segurar as lágrimas não as faz desaparecer, apenas as leva mais fundo.
Tente encontrar sentido na perda

Significados são essenciais à vida humana, por isso procuramos por eles em muitos lugares. Em momentos de perda não é diferente. Tentamos responder à pergunta “por quê?”.
Podemos culpar a nós mesmos, aos outros, e até mesmo à existência em geral. A fé em um mundo transcendental muitas vezes preenche esse vazio, mas só para quem realmente acredita.
Encontrar sentido em meio ao sofrimento é difícil, mas necessário.
O significado pode ser encontrado em ocorrências cotidianas. Não há necessidade de procurar “grandes momentos”. Trata-se de encontrar valor e sentido na vida de quem se foi e na própria, pois o valor cria significado. A parte complicada não é necessariamente encontrar sentido na morte, mas encontrá-lo na vida.
Mantenha seus entes queridos “vivos”
Usando as palavras de Sir Terry Prattchet, “ninguém está realmente morto até que as ondulações que causaram no mundo morram.”

Encontrar maneiras de manter uma pessoa “viva” depois que ela se vai é outra boa maneira de lidar com o luto. Embora muitas vezes se diga que as pessoas vivem em nossas memórias, pensamentos e orações, é possível pensar na situação de um modo um pouco mais tangível.
Nossos entes queridos se tornam parte de quem somos. Fomos transformados por eles e pelas interações que com eles tivemos; e quanto mais significativa a interação, maior seu impacto. Assim, o falecido continua a viver em nossas ações, comportamentos cotidianos e conquistas.
Honrar nossos entes “à nossa maneira” pode significar que, a cada uma de nossas ações, damos a eles vida. Celebramos suas vidas por meio da nossa.
x-x-x-x-x-x
Somos lembrados de nossa própria mortalidade quando experimentamos a morte de um ente querido. Por isso, lidamos com o luto de forma reativa – a certeza da morte pode ser assustadora.
Por isso, é compreensível que escolhamos não pensar ou discutir isso. Contudo, reconhecer e expressar é sempre o melhor caminho para a superação.
RECADO PARA VOCÊ
A pandemia tem afetado o bem-estar de muita gente.
Ansiedade, estresse, medo e pessimismo estão entre os incômodos mais comuns.
Estudos preveem que esses sintomas podem trazer consequências negativas até muito tempo depois que a pandemia terminar.
Portanto, se você não estiver se sentindo bem, procure apoio psicológico.
Se preferir, fale comigo CLICANDO AQUI.
E VEJA TAMBÉM