Burnout – como lidar com o esgotamento no trabalho pós-pandemia

Palavras-chave: burnout; síndrome de burnout; estresse

Por Psicólogo Rodrigo Giannangelo | Publicado em 21 de outubro de 2021


O termo burnout vem do inglês e significa, literalmente, “queimado por completo”. O termo foi criado pelo psicólogo alemão Herbert Freudenberger (1926-1999), em 1974. Na época, ele trabalhava dia e noite, e acabou caindo de cama se sentindo burnout, ou seja, completamente esgotado, sugado de suas energias.

Trata-se de uma condição psicológica relacionada ao trabalho, caracterizada por estresse extremo. O indivíduo que desenvolve burnout frequentemente se encontra em uma situação de excesso de responsabilidades, exigências e horas trabalhadas. O transtorno ocorre quando tais condições ultrapassam a capacidade do indivíduo de responder a essas exigências de modo razoável. Nesse contexto, outros quadros podem se estabelecer, como ansiedade e depressão.

Pouco se tem falado sobre o aumento significativo de casos de burnout neste período de retomada das restrições impostas pela pandemia.

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Tenho percebido essa tendência no consultório, entre meus clientes. Um estudo recente, realizado em março de 2021, nos EUA, reforça essa percepção. 1500 trabalhadores foram entrevistados pela Indeed.com. Mais da metade (52%) deles sentem burnout, e 67% acreditam ter piorado ao longo da pandemia.

O estudo observou que o burnout é pior para indivíduos que trabalham virtualmente (38%) em relação aos que trabalham presencialmente (28%). Os millennials são a população mais afetada (59%), seguidos de perto pela Geração Z (58%) e pela Geração X (54%). Os baby boomers (31%) têm a menor porcentagem de burnout.

A maioria dos trabalhadores não controla suas condições de trabalho. Contudo, existem metodologias que podem ser usadas para aliviar o burnout.

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Abaixo, estão listadas quatro técnicas.

1. BURNOUT É ULTRAPASSAR LIMITESESTABELEÇA-OS

Cada vez mais, percebemos que o número diário de horas trabalhadas vem crescendo, para indivíduos de diferentes níveis e setores.

Não avance seu horário de trabalho apenas para adiantar o serviço do dia seguinte. Sempre haverá mais a ser feito, e dificilmente esse esforço extra significará menos trabalho depois.

Quando não estiver trabalhando, desative notificações de grupos de Whatsapp, comunicadores corporativos e e-mails.

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Petri Damstén

2. COMUNIQUE-SE

Defenda suas próprias necessidades, pois ninguém fará isso no seu lugar.

Proponha limites quando o trabalho estiver claramente acima de sua capacidade e/ou disponibilidade. Não espere receber orientação ou permissão para tudo.

Os gestores não vão orientá-lo a buscar equilíbrio entre seu trabalho e o resto de sua vida – até porque não sabem melhor que você quais são seus valores e suas prioridades.

A comunicação é um fator crucial. Se receber mensagens confusas ou vagas, de colegas de trabalho ou líderes, avise imediatamente que não entendeu e evite ser cobrado por algo indevidamente.

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3. DIGA NÃO AO BURNOUT, LITERALMENTE

Dizer ‘não’ não é sinal de fraqueza ou fracasso. O ‘não’ dita os limites até onde você permite que os outros entrem no seu “espaço”. É sinal de que você se conhece e sabe o que é ou não possível, considerando que seu trabalho deve respeitar seu corpo e sua mente.

Então, se algo (a carga de trabalho, o horário, o ambiente etc.) afeta negativamente seu equilíbrio trabalho/vida, então você pode e deve aprender a dizer ‘não’.

MyEyeSoul

4. LEMBRE QUE CERTO E ERRADO SÃO RELATIVOS

Identifique o seu jeito de trabalhar. Por vezes, para obter a melhor performance, você precisa se distanciar um pouco do modo como outras pessoas realizam as mesmas tarefas. Se a empresa em que você trabalha admite essa diferença de método, use-a.

Perceber o jeito de trabalhar dos colegas pode ser importante, não para comparar-se a eles, mas para entender como trabalham e aprender algo que você pode incorporar ao seu próprio modelo de trabalho.

Philhearing

É fundamental perceber que as relações de trabalho envolvem um jogo de forças entre empregadores e empregados. Os primeiros buscam utilizar a força de trabalho dos segundos para levar a organização a seus objetivos da maneira mais rápida, eficiente e menos custosa.

Se você – empregado – não tiver consciência disso, e apenas se deixar levar, sem resistência, a organização vai usar sua energia até esgotá-la. Nesse caso, a chance de desenvolver burnout é enorme.

Você é o maior responsável por cuidar de sua saúde mental e física.

Referência

Threlkeld, Christy “Relatório de Burnout do Empregado” Indeed.com. 2021


RECADO PARA VOCÊ

A pandemia tem afetado o bem-estar de muita gente.

Ansiedade, estresse, medo e pessimismo estão entre os incômodos mais comuns.

Estudos preveem que esses sintomas podem trazer consequências negativas até muito tempo depois que a pandemia terminar.

Portanto, se você não estiver se sentindo bem, procure apoio psicológico.

Se preferir, fale comigo. Acesse aqui o Whatsapp


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1 comentário em “Burnout – como lidar com o esgotamento no trabalho pós-pandemia”

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