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10 curiosidades sobre mitomania, a mentira patológica

Palavras-chave: mitomania; mentira patológica; mentirosos patológicos

Por Psicólogo Rodrigo Giannangelo | Publicado em 11 de novembro de 2021


mitomania
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A mentira patológica ou mitomania tem sido estudada como transtorno psicológico desde 1891, quando foi chamada de ‘pseudologia phantastica’ pelo psiquiatra Anton Delbrück. Ele cunhou o termo para nomear casos em que os sujeitos contavam mentiras com tamanha frequência que seu comportamento foi considerado patológico.

Embora o termo careça de uma definição consensual, a mitomania pode ser descrita como a falsificação, sistemática e deliberada, desproporcional a qualquer fim perceptível, que se manifesta ao longo da vida, na ausência de outro transtorno que justifique tal comportamento.


Vamos dar uma olhada em dez fatos sobre a mitomania:

1. Vários artigos foram escritos sobre mentiras patológicas na primeira metade do século XX. No entanto, o interesse pelo assunto diminuiu, e a pesquisa atual é escassa.

2. A mentira patológica não consta das principais classificações internacionais de doenças mentais (DSM‐5 e CID‐10). O DSM‐5, no entanto, menciona que a mentira é sintoma ou critério diagnóstico de transtornos de personalidade como antissocial, narcisista e limítrofe. e A mentira também pode ser usada para o fingimento de sintomas físicos ou mentais com a finalidade de obter reforços ambientais (malingering).

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3. A mentira patológica é um dos 20 itens utilizados na ‘Lista de Verificação da Psicopatia de Lebre’.

4. Em estudo de 2020, publicado na Psychiatric Research and Clinical Practice, Curtis e Hart investigaram o comportamento mentiroso em 807 participantes. 13% destes se auto identificaram como mentirosos patológicos ou afirmaram que outros os identificaram como tal.

5. De acordo com os autores do estudo acima mencionado, “as pessoas que se identificaram como mentirosas patológicas relataram maior angústia. A mentira patológica parecia ser compulsiva, com mentiras crescendo a partir de uma mentira inicial, e feita sem razão aparente”.

6. Várias hipóteses foram sugeridas para explicar o que ocorre na mitomania. Por exemplo, contar mentiras torna-se tão habitual que se transforma em uma resposta natural, e o mentiroso não distingue mais em um nível consciente entre o que é verdade e o que é falso. Outros fatores contribuintes podem incluir imaturidade cognitiva/social, estratégias de resolução de problemas desadaptadas e comportamento antissocial.

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7. Muitas pessoas que mentem não são mentirosas patológicas. Algumas pesquisas demonstraram que as pessoas mentem em média duas vezes ao dia. Outras pesquisas mostraram que a maioria das pessoas relatou não ter contado mentiras nas últimas 24 horas, enquanto um pequeno número contou muitas mentiras.

8. Em um estudo publicado no British Journal of Psychiatry, Yang et al investigaram volumes de massa branca em quatro sub-regiões pré-frontais via ressonância magnética estrutural em dez mentirosos patológicos, 14 sujeito com transtorno antissocial e 20 sujeitos-controles, sem qualquer diagnóstico. Eles descobriram que os mentirosos demonstraram um aumento relativamente generalizado da massa branca (23% a 36%) ao nível de orbitofrontal, médio e inferior, quando comparados aos controles antissociais e normais.

9. Por vezes, a mentira patológica é comparada ao “pseudolying”, um tipo de relato fantasioso típico das crianças. Nas crianças, porém, tais “mentiras” são naturais e fazem parte do desenvolvimento, tendo função protetiva.

10. Nenhuma droga está disponível para o tratamento da mitomania. Embora a psicoterapia possa ajudar, o paciente pode começar a contar mentiras ao terapeuta, prejudicando o tratamento. Em última análise, embora reconheçam a mentira patológica como uma questão preocupante, os profissionais de saúde mental ainda carecem de uma compreensão clara da patologia.

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Referências

Curtis DA, Hart CL. Pathological lying: Theoretical and empirical support for a diagnostic entity. Psychiatric Research and Clinical Practice. 2020;2(2):62-69. doi:10.1176/appi.prcp.20190046.

Talwar V, Crossman A. From little white lies to filthy liars. Advances in Child Development and Behavior. 2011:139-179. doi:10.1016/b978-0-12-386491-8.00004-9.

Yang Y, Raine A, Narr KL, et al. Localisation of increased prefrontal white matter in pathological liars. British Journal of Psychiatry. 2007;190(2):174-175. doi:10.1192/bjp.bp.106.025056.


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