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Enfrentando a perda de uma amizade

Palavras-chave: perda de uma amizade; amizade; luto

Por Psicólogo Rodrigo Giannangelo | Publicado em 29 de novembro de 2021


Perder um amigo próximo pode ser tão ou mais doloroso quanto perder uma relação amorosa. 

perda de uma amizade

Por exemplo, você pode desenvolver sintomas físicos, como insônia, dor gastrointestinal, taquicardia e aperto no peito. Ou seja, pode parecer uma dor física (Eisenberger, N. I. 2012). 

Mas você também pode ter sintomas psicológicos de ansiedade, que incluem medo e preocupação excessiva, ou depressivos, como sentimentos de inutilidade, desesperança e desamparo.

Pessoas que consideram ter amigos suficientes para atender às suas necessidades lidam melhor com o estresse. Logo, a perda de um amigo abala essa crença, e, com ela, nossa base emocional (King, A. R. et al., 2016).

Pessoas com amigos têm uma saúde melhor, uma vida mais longa e uma situação financeira mais vantajosa. Por outro lado, a ausência de amigos pode ser prejudicial à saúde física e mental, estando associada à depressão e outros transtornos (Brent, L. J. et al., 2014).

PERDA DE UMA AMIZADE

De fato, é difícil aceitar a impermanência e a perda. Queremos nos sentir firmemente ligados àqueles que amamos. Não queremos perder ninguém, mesmo quando sabemos que a perda é inevitável.

Cada um de nós aborda a amizade de uma forma muito pessoal. Em função disso, exigimos diferentes níveis de contato e proximidade. Pensando nisso, a Dra. Gina Simmons Schneider Ph.D. nos dividiu em…

três tipos de preferências de relacionamento:

Suculentas: são indivíduos que requerem pouca “manutenção”. Em geral, gostam de muita luz (vão direto ao assunto) e pouca água (não falam muito além do estritamente necessário). Crescem lentamente e de forma constante, mesmo em ambientes severos.

Árvores: para essas pessoas, após um primeiro período de cuidado constante, adubando e irrigando a muda, elas se fortalecem e aprofundam suas raízes. Gostam de conhecê-lo bem no começo, e podem levar um tempo para se abrirem. Mas, uma vez estabelecida a amizade, não é necessária tanta manutenção.

Jardins floridos: essas pessoas necessitam de irrigação, poda, fertilização, replantio etc. Se ficam muito tempo sem manutenção atenta, tendem a desaparecer.

Se você é do tipo ‘suculenta’ ou ‘árvore’, provavelmente vai achar a amizade com um amigo ‘jardim florido’ desgastante, devido à necessidade constante de manutenção. Por outro lado, um ‘jardim florido’ tende a achar o amigo ‘suculenta’ distante e seco.

Um tipo ‘árvore’ pode sentir que uma amizade, uma vez enraizada profundamente, é capaz de sobreviver a momentos de estresse ou falta de disponibilidade. Mas um interlocutor ‘jardim florido’ pode não suportar emoções negativas ou tempos de ausência.

Em comum, os três tipos de amizade compartilham a necessidade de amor, confiança e respeito.

Uma característica da saúde mental é a capacidade de lidar com a perda. Lidamos bem com a perda quando continuamos comportamentos saudáveis mesmo através da tristeza e do luto. Para lidar com a perda de uma amizade, é importante considerar:

  • Perdas são inevitáveis. As pessoas se afastam, se diferenciam, brigam, morrem. Aceitar essa realidade nos ajuda a lidar melhor.
  • Nem todo afastamento é pessoal. Amigos se afastam porque se mudam, encontram um companheiro, têm filhos, mudam de emprego… Amizades acabam ou mudam, mas isso não significa que falhamos.
  • Uma atitude não-crítica ajuda a se recuperar mais rápido. Renunciar aos julgamentos alivia o sofrimento.
perda de uma amizade

Nos primeiros momentos após a perda, lembranças de dias mais felizes nos deixam mais tristes. Por vezes, precisamos de um encerramento simbólico para nossos sentimentos. Escrever uma carta de despedida pode ajudar. Nessa carta, podemos compartilhar mágoas, decepções, amor e gratidão.

Referências

Brent, L. J., Chang, S. W., Gariépy, J. F., & Platt, M. L. (2014). The neuroethology of friendship. Annals of the New York Academy of Sciences, 1316(1), 1–17. https://doi.org/10.1111/nyas.12315.

Eisenberger NI. The pain of social disconnection: examining the shared neural underpinnings of physical and social pain. Nat Rev. 2012; 13:421–434.

King, Alan R.; Russell, Tiffany; and Veith, Amy C., “Friendship and Mental Health Functioning” (2016). Psychology Faculty Publications. 21. https://commons.und.edu/psych-fac/21


RECADO PARA VOCÊ

A pandemia tem afetado o bem-estar de muita gente.

Ansiedade, estresse, medo e pessimismo estão entre os incômodos mais comuns.

Estudos preveem que esses sintomas podem trazer consequências negativas até muito tempo depois que a pandemia terminar.

Portanto, se você não estiver se sentindo bem, procure apoio psicológico.

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