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Insegurança: 4 hábitos comuns em pessoas inseguras

Palavras-chave: insegurança; hábitos

Por Psicólogo Rodrigo Giannangelo | Publicado em 17 de janeiro de 2022


Há muitas razões possíveis para que uma pessoa seja insegura.

Porém, independentemente do motivo, pessoas inseguras têm hábitos que não apenas expressam, mas reforçam sua insegurança.

Em meu trabalho como psicólogo, atendo pessoas inseguras com frequência. E percebo que, quando alguém consegue romper esse ciclo da insegurança, identificando hábitos e trabalhando ativamente para mudá-los, costuma se sentir significativamente melhor.

Não quero dizer com isso que o cultivo de hábitos possa “curar” a insegurança, como se os motivos para que ela exista não importassem. Mas, posso garantir que exercitar esses hábitos faz uma grande diferença.

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Veja abaixo 4 hábitos muito comuns a pessoas altamente inseguras. Tente refletir o quanto eles podem estar presentes em sua vida atualmente.

1. Nunca dizer ‘não’

Pessoas inseguras costumam ter muito medo de dizer não. Para algumas, pode ser um receio localizado, que aparece apenas diante de figuras de autoridade, por exemplo; já para outras, pode ser grave a ponto de impedir que aquela pessoa imponha limites e/ou se sinta minimamente apta a realizar qualquer tarefa importante.

Por exemplo: você está estressado no trabalho por causa de muitas tarefas. Seu gerente passa no seu escritório e pergunta se você pode assumir um novo projeto. Seu medo de perder o status de “o cara que faz as coisas” faz você dizer ‘sim’ e seu estresse só piora.

O problema de nunca dizer ‘não’ é que você acaba vivendo em função dos desejos dos outros, em vez dos seus. E se, ao longo de meses, anos ou décadas, você não satisfizer os próprios desejos, provavelmente se sentirá vazio e sem sentido.

Cada vez que você diz ‘sim’ para outra pessoa às custas de si mesmo, está dizendo à sua mente que o que você quer não é tão importante. Se isso se torna um hábito, fortalece o ciclo da insegurança, segundo o qual você se percebe como alguém sem grande valor.


2. Busca de garantia

Quando você se acostuma a esperar que a segurança venha de outras pessoas, está reforçando a si mesmo que não consegue lidar com as coisas por conta própria.

De fato, a insegurança pode levar a muitas situações de incerteza e indecisão. Nesses momentos, terceirizar sua decisão pode parecer uma boa ideia para aliviar a ansiedade.

Porém, usar outras pessoas para se sentir melhor não ensina a desenvolver estratégias para se sentir melhor por si mesmo.


3. Criticar os outros

Algumas pessoas inseguras criticam os outros para se sentirem melhor consigo mesmas.

A insegurança não permite que a pessoa se sinta bem com suas realizações. Nada do que ela faz a convence de que é bom, correto ou produtivo.

Mas, como criticar outras pessoas pode ajudar? Bem, esse é o problema: a longo prazo, não ajuda.

Em minha experiência como terapeuta, aprendi que pessoas excessivamente críticas acabam se sentindo culpadas – e, consequentemente, pior sobre si mesmas a longo prazo. Mais uma vez, estamos diante de um ciclo que reforça a insegurança, em vez de interrompê-la.

No entanto, a curto prazo, ser crítico dos outros nos faz sentir melhor por comparação.

Por exemplo: quando você pensa consigo o quão estúpido foi o comentário de alguém durante uma reunião, o que está insinuando é que você é inteligente. E isso parece bom.

Quando você critica seu cônjuge por sempre esquecer de tirar o lixo, o que está insinuando é que você é consciente. E isso parece bom.

Quando, numa festa, você pensa consigo o quão inadequada a roupa do seu amigo está, o que está insinuando é que você sabe se vestir. E isso parece bom.

Críticas úteis têm o objetivo de fazer do mundo um lugar melhor. Críticas inúteis têm o objetivo de fazer você se sentir melhor.

Críticas podem ser uma tentativa de inflar o ego artificialmente, que sai pela culatra no final.


4. Comunicar-se de forma passivo-agressiva

A comunicação passivo-agressiva acontece quando você quer alguma coisa, mas tem muito medo do conflito que pode ocorrer se pedir diretamente. Então, você tenta conseguir através de táticas sutis de manipulação. 

Trata-se de uma forma de comunicação que combina passividade e medo do enfrentamento com agressão e tentativa de controle. A intenção da pessoa passivo-agressiva é disfarçar sua agressão para que não tenha que assumir a responsabilidade por ela.

Por exemplo: chegar sistematicamente atrasado pode ser uma forma de agressividade passiva, em que a pessoa está “conseguindo” o que quer (mais tempo para si mesmo, menos tempo com aquelas pessoas ou naquele lugar) sem assumir a responsabilidade por isso (“o trânsito estava horrível!”) e evitando críticas.

No seriado “The Big Bang Theory” (produção e distribuição Warner Bros. Television), há uma cena interessante a esse respeito. O personagem Sheldon chega atrasado a um encontro com dois de seus amigos – Leonard e Howard – e pede desculpas. A dupla que espera por ele pergunta o que houve, e ele responde: “Nada. Eu só não queria vir”. Ou seja, ele assume seu comportamento passivo-agressivo, esvaziando o propósito de manipulação da estratégia. Pode parecer estranho, mas os conhecedores do programa sabem que isso é algo que Sheldon facilmente faria…

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Mas voltemos a nosso assunto. Aqui também, o hábito de ser passivo-agressivo só “funciona” a curto prazo.

Em algum momento, é provável que as pessoas se cansem pela repetição da estratégia e deixem de jogar o seu jogo. Então, você sofre consequências que não previa – a promoção no trabalho nunca chega; você deixa de ser convidado para eventos sociais; seus relacionamentos parecem nunca durar.

Pessoas passivo-agressivas podem acabar por se sentir solitárias e ressentidas. E embora possam culpar outras pessoas, no fundo estão ressentidos de si mesmos, por não terem a coragem de ser honestos e diretos com as pessoas. A combinação de solidão e ressentimento reforça a sensação de insegurança.

O que mais você precisa saber sobre insegurança

A insegurança não precisa ser uma prisão perpétua.

Não importa o que a causou, sempre é possível construir um autossuporte capaz de fortalecer sua crença em si mesmo.

Esta é a solução oferecida pela psicoterapia. Mas, muitas vezes, dedicar-se a refletir sobre e alterar alguns hábitos pode iniciar uma grande diferença.

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RECADO PARA VOCÊ

A pandemia tem afetado o bem-estar de quase todas as pessoas.

Muitas estão ansiosas, estressadas ou assustadas, constantemente pensando no que pode dar errado.

Estudiosos preveem que isso deve trazer consequências negativas até muito tempo depois que a pandemia terminar.

Portanto, se você não estiver se sentindo bem, procure ajuda.

Se preferir, clique no botão do WhatsApp abaixo e fale diretamente comigo.


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