Palavras-chave: criatividade; professores; educação
Por Psicólogo Rodrigo Giannangelo | Publicado em 28 de janeiro de 2022
Lembra quem eram os professores de que você mais gostava? E aqueles cuja simples visão lhe provocava um frio na espinha?
Agora, tente se colocar do outro lado. Parece razoável pensar que os professores também têm suas preferências – alunos com quem gostam de trabalhar, e outros pelos quais não têm muita simpatia.
Pensando nisso, há alguns anos os psicólogos Erik Westby e V.L Dawson se fizeram a seguinte pergunta: os professores do ensino fundamental (elementary teachers) preferem alunos mais criativos ou menos criativos.
Eles fizeram uma ampla pesquisa e obtiveram algumas respostas surpreendentes.

Preferências dos professores pela criatividade dos alunos
Os pesquisadores identificaram uma amostra aleatória de professores do ensino fundamental na área de Albany, NY. Os professores tinham entre 25 e 70 anos, e variados tempos de experiência docente.
Conforme os resultados, os professores tendem a gostar mais dos alunos com traços que parecem ir contra a criatividade, como passividade, adequação ao padrão e aceitação inquestionável da autoridade. Em outras palavras, os professores tendem a preferir alunos mais conformados.
Outros pesquisadores, posteriormente, validaram essas conclusões, identificando características de alunos apontados como mais agradáveis pelos professores. Entre elas estavam adjetivos como lógico, apaziguador, moderado, tolerante e confiável. Os alunos que se distanciavam desses traços foram vistos menos favoravelmente.

Uma estranha contradição
Westby e Dawson quiseram abordar uma estranha contradição que muitas vezes surge quando os professores falam sobre criatividade.
Embora os professores desvalorizem traços criativos na prática, seu discurso costuma afirmar o contrário. De fato, boa parte dos professores até adota práticas para promoção do pensamento criativo em sala de aula. No entanto, desvalorizam as personalidades dos alunos criativos.
Respostas a essa contradição têm sido sugeridas. Alguns especialistas sugerem que os professores, ao dizer que a criatividade é um objetivo importante da educação, podem estar dando a resposta em que acreditam, mas algumas dificuldades da prática cotidiana acabam por fazê-los privilegiar alunos com características que facilitem seu trabalho.
Precisamos esclarecer e buscar resolver as razões desse conflito entre os achados da pesquisa e os autorrelatos dos professores, por um motivo muito simples. Como já foi consistentemente estabelecido por estudos anteriores, as expectativas dos professores têm impacto significativo nas notas e no desempenho dos alunos.

Referências
Erik L. Westby & V.L. Dawson (1995) “Creativity: Asset or Burden in the Classroom?” Creativity Research Journal, 8:1, 1-10, DOI: 10.1207/s15326934crj0801_1.
E. Paul Torrance and Dorothy Sisk. Gifted and Talented Children in the Regular Classroom (Buffalo, NY: Creative Education Foundation, 1998).
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