Palavras-chave: quando procurar um psicólogo; terapia; terapia online; autoanálise
Por Psicólogo Rodrigo Giannangelo | Publicado em 02 de fevereiro de 2022
As pessoas são complexas e vivemos tempos complicados, não é mesmo?
De alguma maneira, todos temos enfrentado restrições, perdas, e experimentado sentimentos como ansiedade e medo.
No meio disso tudo, você sabe dizer quando uma situação de vida deixa de ser um problema comum e passa a ser uma questão psicológica clinicamente significativa?
É natural que quem nunca passou pelo processo de terapia não se sinta à vontade para dizer quando procurar um psicólogo.

Uma autoanálise que funciona
Psicólogos clínicos usam algumas ferramentas para chegar ao cerne dos problemas de alguém e construir um plano de terapia.
Trabalhamos para resumir, explicar e entender suas lutas cotidianas, das pequenas às maiores. Isso pode incluir dificuldades e experiências passadas, relevantes para o que está acontecendo agora, bem como expectativas e desejos para o futuro. E deve incluir seus pontos fortes e recursos, bem como suas vulnerabilidades.
Você não vai conseguir fazer uma avaliação profissional sozinho, mas pode dar alguns passos essenciais para saber quando procurar um psicólogo.
A proposta a seguir é uma adaptação baseada no trabalho da Profa. Karen Nimmo, psicóloga e escritora, editora do ‘On the Couch: Practical psychology for everyday life’.

5 perguntas antes de procurar um psicólogo
Abaixo estão cinco perguntas que você pode usar para uma autoanálise. Conforme suas respostas, você terá uma indicação melhor para procurar ajuda profissional e iniciar sua terapia.
[Nota: Aqui não estão incluídas questões de segurança para o risco de suicídio — se você tem esses pensamentos, você deve procurar um profissional de saúde mental]
1. O jeito como uso meu fim de semana mudou?
Os dias do fim de semana costumam ser uma medida melhor do que os dias úteis porque não seguem uma estrutura fixa, ditada pela dinâmica do trabalho. Assim, é mais fácil perceber mudanças na forma como você usa esses dias.
Há pessoas com problemas psicológicos que conseguem cumprir os compromissos da semana (porque se sentem obrigadas a fazê-lo), mas desabam no fim de semana.
Você continua tão ativo quanto antes? As atividades dão o mesmo prazer que davam? Você termina o fim de semana tendo feito pouco além de tentar descansar/relaxar ou dormir? Você viu diminuir a importância do que veste e de como se apresenta para outras pessoas (cabelo, barba etc.)?
2. Estou usando táticas de fuga?
Você tem falado mais “não” para convites sociais? Tem evitado pessoas que costumam fazer convites sociais? Tem deixado de frequentar lugares onde costumava gostar de ir? Você se sente ‘preso’ em casa, como se não conseguisse achar vontade ou força para sair?
3. Estou me divertindo?
Quando você tem um problema psicológico, seu humor pode ficar ‘pesado’. Verifique se você continua achando graça nas mesmas coisas. Você ainda se sente alegre, pelo menos de vez em quando? Quando foi a última vez que você realmente se divertiu?
4. Minhas estratégias habituais de relaxamento pararam de funcionar?
Você já fez o que costuma relaxá-lo e não obteve resultado? Tirou férias / teve um feriado prolongado e não se sentiu renovado / mentalmente descansado?
5. Minha personalidade mudou?
Você se sente menos interessante do que era? Você perdeu confiança? Criatividade? Tem ouvido pessoas à sua volta dizerem que você mudou (está mais quieto, mais irritável ou mais “chato” / difícil de conviver)?

Quando procurar um psicólogo?
Nenhuma resposta deve ser motivo de medo ou preocupação excessiva. É fundamental lembrar que a pandemia paralisou muitas atividades, nos manteve mais tempo dentro de casa e, para muitas pessoas, isso afetou negativamente a saúde mental, em níveis variados.
Mas, se suas respostas revelarem mudanças significativas, converse com aqueles que o conhecem bem, avalie essas mudanças junto com eles, e procure um profissional para entender o que está acontecendo.
Seja compassivo consigo mesmo. Compreender quando procurar um psicólogo pode devolvê-lo a autonomia para viver a vida que você realmente deseja.
Que tal falar comigo?
VEJA TAMBÉM