Palavras-chave: introvertidos; introversão; timidez
Por Psicólogo Rodrigo Giannangelo | Publicado em 09 de fevereiro de 2022
O psicólogo e psicanalista suíço Carl Jung descreveu a pessoa extrovertida como aquela cuja energia psíquica se direciona preponderantemente para o mundo externo. Para os extrovertidos, o mundo das outras pessoas é fascinante e energizante.
O fascínio dos introvertidos gira em torno do que lhe acontece internamente. Isso não exclui a importância do mundo externo, mas a relativiza. Os introvertidos frequentemente têm a sensação de que “se bastam”, ou seja, de que não precisam de muita interação.

Numa sociedade que valoriza a extroversão, pessoas introvertidas podem parecer um desafio.
De fato, os introvertidos gostariam que os extrovertidos entendessem essas três experiências comuns e constrangedoras abaixo.
1. O efeito “tela de projeção”
Concentrada em seu mundo interior, a pessoa introvertida tem dificuldade de exibir o que sente. Isso pode se refletir em expressões faciais ambíguas. As pistas visuais enigmáticas de um introvertido podem dar margem a interpretações sociais de seus pensamentos e sentimentos que não condizem com sua realidade interna.
Outra coisa que os introvertidos conhecem bem é que sua tendência à quietude intriga e incomoda. O silêncio do introvertido pode chegar a provocar ansiedade em algumas pessoas.
Em psicologia, sabemos que as pessoas tendem a projetar no mundo significados que trazem internamente. Por exemplo, um marido trai sua esposa e passa a demonstrar ciúme paranoico dela – ele está projetando nela o desejo sexual não-monogâmico que percebeu em si mesmo.
Ou seja, usamos o mundo como tela para projetar o que desejamos ver.
No mesmo sentido, a ambiguidade expressiva dos introvertidos pode ser usada como tela na qual as pessoas ao seu redor vão projetar seus próprios significados e emoções.
Os introvertidos estão acostumados a ser alvo de mal-entendidos e ser rotulados com características que não identificam em si.

2. Quando o introvertido é o último a sair
Em eventos sociais, os introvertidos não são os maiores fãs das “rodinhas de conversa”.
Ainda assim, não é incomum encontrá-los em uma até o fim da reunião / festa. É provável que eles já tenham tentado escapar da conversa, mas simplesmente não conseguiram interromper seu(s) interlocutor(es).
Muitos introvertidos estão bem familiarizados com a sensação de serem mantidos reféns de uma conversa. A outra pessoa provavelmente não tem ideia do motivo de ter um público tão fiel.

3. “Você é introvertido e fala?”
Muitos introvertidos já ouviram: “Ah, você não é introvertido. Você se comunica muito bem!”.
Pessoas introvertidas evitam o excesso de interação social, pois isso lhe custa grande energia psicológica. Ainda assim, eles precisam de relações sociais e sensação de pertencimento.
Os introvertidos não costumam ter qualquer problema de articulação verbal, nem necessariamente odeiam falar. Muitos adoram se comunicar, principalmente a dois, ou sobre assuntos que lhe interessam muito.
Os introvertidos pensam diferente dos extrovertidos. Por isso, tendem a se comunicar de forma diferente. Por exemplo, é comum que pessoas introvertidas não gostem de “conversa fiada”, e prefiram falar apenas quando o assunto é mais sério, ou quando têm mais propriedade sobre ele. Eles ouvem mais do que falam, e seu silêncio pode até ser confundido com desinteresse, mas isso já é tema para uma outra conversa… 😉
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