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Como seu trauma de relacionamentos pode estar ligado à sua infância

Palavras-chave: trauma de relacionamentos; amor; relação amorosa; modelos de comportamento

Por Psicólogo Rodrigo Giannangelo | Publicado em 12 de julho de 2022


Nossa infância prepara o terreno para nossa vida adulta. Tudo começa com a relação que construímos com nossos primeiros cuidadores, e continua a se desenvolver por meio das experiências de socialização posteriores.

Se essas experiências precoces transmitem confiança e validação, podemos nos tornar adultos seguros e autoconfiantes. Por outro lado, se nossas primeiras relações são marcadas por eventos hostis e traumáticos, há grande chance de que sigamos um rumo completamente diferente.

Como têm sido suas relações adultas?

Leves e agradáveis, ou atribuladas e conflituosas? Você se vê repetidamente escolhendo “a pessoa errada”? Já suportou relacionamentos abusivos?

Bem, esse texto talvez seja pra você…

trauma de relacionamentos
O trauma de relacionamentos é uma das principais causas da insatisfação amorosa

Como o trauma de infância se torna trauma de relacionamentos?

Quando se cresce em um ambiente disfuncional, não há passe de mágica que faça a dor desaparecer quando você completa 18 anos… A experiência do trauma infantil muda definitivamente a forma como você enxerga as pessoas e define sua crença sobre o que é um relacionamento humano.

Para facilitar a compreensão, podemos dividir em 3 as principais transformações provocadas por uma infância cheia de relações perturbadas.

1. Trauma de relacionamentos: A maneira como você se conecta

O trauma infantil afeta a conexão em relações adultas.

Em primeiro lugar, torna difícil a tarefa de se abrir afetivamente. Crianças que vivenciaram níveis diversos de dor e culpa/vergonha têm dificuldade de olhar para si mesmas, e mais ainda de se mostrarem aos outros.

Além disso, se torna um obstáculo à intimidade. É complicado ser física ou emocionalmente íntimo quando você se sente inseguro. É difícil conectar-se com o próprio corpo, e é difícil confiar na conexão com outros corpos.

2. Trauma de relacionamentos: A maneira como você (des)confia

Se sua família não foi confiável, como acreditar que qualquer outra coisa no mundo será? Esperamos o pior das pessoas – e, de fato, encontramos muita gente que confirma essa crença ao longo da vida.

Sem confiança, nos isolamos e nos sentimos solitários. Afastamos as pessoas, pois não queremos deixar mais ninguém fazer estrago.

Nessa dinâmica, amizades não se sustentam e relações românticas sucumbem, à medida que as inseguranças geram atritos desnecessários.

3. Trauma de relacionamentos: A maneira como você se comunica

A comunicação é o fundamento de qualquer relacionamento saudável. Mas pode ser impraticável a quem nunca recebeu as ferramentas de linguagem necessárias.

A criança que cresce com medo, se comunica com medo. Torna-se um adulto incapaz de se colocar assertivamente. Alguém que constantemente teme a rejeição ou a punição, e por isso não coloca limites aos outros.

O oposto também pode acontecer. Impossibilitado de falar com segurança quando criança, o adulto pode atacar raivosamente o mundo (e seus parceiros) sempre que sentir seus desejos desafiados.

Rompendo o ciclo

O modo como você se envolve em relacionamentos amorosos é um sinal muito significativo de como seus modelos infantis de relação influenciam sua vida adulta.

É possível pensar que seus pais também repetiram entre eles – e com você – padrões de relação que trouxeram de suas próprias histórias de vida. Em outras palavras, a transmissão entre as gerações pode criar comportamentos disfuncionais que se repetem ao longo do tempo.

Romper esse ciclo não é fácil, mas é a saída para escapar do controle que o trauma infantil tem sobre você e sobre seus relacionamentos. Além de uma decisão consciente, esse rompimento depende da reflexão sobre seus valores e sobre a coerência deles em relação a seus pensamentos e comportamentos.

Ao perceber que você tem direito à felicidade que talvez nunca tenha experimentado, você é capaz de construir melhores relações, com pessoas que têm afinidade com seus propósitos e em que você pode confiar.


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