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Por Psicólogo Rodrigo Giannangelo | Publicado em 28 de setembro de 2022
A aproximação do mês de outubro gera um crescimento explosivo das buscas pelo termo “programação para o dia as crianças” no Google. Para esse ano, em vez dos assuntos de sempre, quis trazer uma discussão mais densa, mas da maior relevância.
Uma mãe estadunidense tem causado grande controvérsia ao expor no TikTok vídeos de sua filha de 3 anos, Wren Eleanor.
O perfil dedicado a Wren conta com nada menos que 17,3 milhões de seguidores. Os clipes costumam mostrar a menina em momentos ‘fofos’ — brincando e fazendo coisas rotineiras junto com a mãe.
Mas usuários do Tiktok notaram que alguns dos vídeos de Wren estavam sendo ‘baixados’ por usuários com surpreendente frequência.
Por exemplo, um vídeo em que a menina usa uma camisa cropped foi salvo mais de 45 mil vezes. Outro, em que ela come um cachorro-quente, 345 mil vezes. Um vídeo lavando o cabelo na banheira, 60.000 vezes.
Além disso, em seus vídeos havia comentários perturbadores, perguntando se ela está solteira, pedindo mais vídeos com pouca roupa ou elogiando sua “forma física”.
E fica pior
Homens adultos estão fazendo ‘duetos’ (vídeo em que o usuário reage a outro vídeo) com postagens de Wren. Alguns exemplos são assustadores.
Essa situação provocou uma avalanche de comentários e críticas, dentro e fora do Tik Tok.
Também criou um movimento crescente de mães decididas a manter a imagem de seus filhos fora das redes sociais.

Exploração infantil
Essa situação é apenas parte de um problema maior — a exploração de crianças realizada por cuidadores fascinados pela popularidade obtida nas mídias sociais.
Que tipo de consequências isso tem sobre uma criança? Por que tantos pais postam conteúdo utilizando a imagem de seus filhos, em idade em que não podem sequer consentir?
A atração das mídias sociais
Algumas pessoas usam as mídias sociais sem qualquer filtro, espalhando uma trilha digital de informações pessoais sobre sua localização, hábitos e relacionamentos.
Do mesmo modo, arrastam seus filhos para os holofotes.
Em 2019, a filha adolescente da atriz Gwyneth Paltrow criticou a mãe por compartilhar uma foto dela no Instagram sem consentimento.
Disse ela: “Mãe, nós discutimos isso. Você não pode postar nada sem o meu consentimento”.
Paltrow respondeu: “Não dá nem pra ver seu rosto!”. Na foto, a filha usava óculos de esqui.
Com ou sem óculos, sua filha exerceu o direito de não querer sua imagem compartilhada com os 5,3 milhões de seguidores de sua mãe.
Por que postar informações e imagens publicamente, quando se pode compartilhá-las em ambientes particulares, apenas para amigos e familiares?
Muitas crianças de hoje têm toda a sua vida — desde a foto do ultrassom até a formatura da pré-escola— documentada no Facebook, Instagram, TikTok, Twitter e YouTube pelos pais.
Normalizando a exposição
Você permitiria que um adulto sentado no banco de um parque filmasse seu filho ou sua filha e mostrasse isso para o mundo inteiro?
Pois é isso que está acontecendo. A diferença é que o adulto é o próprio pai ou a mãe da criança.
A circunstância é agravada pela possibilidade de curtidas, compartilhamentos e comentários. Reconhecimento é uma droga sedutora.
O paraíso dos predadores
Crianças são servidas em uma bandeja para qualquer um consumir.
Com isso, as mídias sociais se tornaram um paraíso para pedófilos e predadores infantis.
O TikTok opera em mais de 150 países. Então, quando os pais postam fotos e vídeos de seus filhos, os expõem potencialmente a milhões de estranhos, muitos deles mal-intencionados.
Tudo o que eles têm que fazer é esperar que um pai ou uma mãe poste um vídeo de sua garotinha lavando o cabelo, brincando na piscina, posando com roupas de adulto — exatamente os tipos de vídeos que a mãe de Wren, Jacqueline, costuma postar.
Esses posts, que parecem inocentes à maioria, são vistos de outra forma por pedófilos.
Recentemente, Jacqueline postou uma declaração dizendo que desativará a função de download e dueto em todas as suas postagens.
É louvável a intenção de melhorar a segurança da filha, mas a atitude é insuficiente.
É como colocar uma cerca em torno de um parque infantil para garantir que um pedófilo não possa observar as crianças. Ele pode fazer um buraco na cerca, subir numa escada e olhar por cima etc.
Da mesma forma, qualquer pessoa pode gravar os vídeos de Wren com um simples software de captura de tela.
Não é uma afirmação agradável, mas o fato é que, postando seu filho / sua filha nas redes sociais, você pode estar fornecendo entretenimento sexual para pedófilos e predadores sexuais infantis.
Programação Dia das Crianças: valorizar a privacidade infantil
Entendo por que Jacqueline não quer desistir do TikTok.
Ela é uma mãe solo e dona de casa tentando sustentar sua família.
Mas dinheiro e fama valem tamanho risco? Quando crescer, como Wren se sentirá com o fato de sua mãe ter popularizado sua imagem?
Para cada Jacqueline, há milhares de cuidadores que aspiram a mesma projeção, com câmeras no rosto de seus filhos buscando aquela postagem viral.
Para proteger a infância, nossa sociedade precisa aprender a valorizar e respeitar a privacidade das crianças.
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