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‘Não sei o que quero’: a psicologia da indecisão

Palavras-chave: não sei o que quero; indecisão; escolhas

Por Psicólogo Rodrigo Giannangelo | Publicado em 09 de janeiro de 2023


Que a liberdade de escolher é valiosa, ninguém discorda. Mas, então, por que tantas vezes ficamos perdidos e confusos quando temos possibilidades diversas diante de nós?

Uma grande razão por que isso acontece é simples: VERGONHA.

não sei o que quero

Não sei o que quero porque tenho vergonha do que desejo

Aprendemos a sentir vergonha do que queremos.

Muitos de nós, quando crianças, já tivemos vontade de faltar à escola. Porém, se seus pais eram como os meus, você sabia que essa era uma vontade que não adiantava expressar.

Não quer ir? Então vai sem querer!

Agora, o que alguns de nós aprendemos com isso?

Bem, se você não quer ir à escola, e de fato espera esse resultado, é melhor mentir. Finja uma gripe, por exemplo (crianças dos anos 1980 e 90 devem agora se lembrar do filme clássico “Curtindo a vida adoidado”).

Pule para a vida adulta: quantas pessoas faltam ao trabalho e fingem uma doença ou a morte de algum parente?

Por isso, disse logo acima: aprendemos a ter vergonha do que queremos. Aprendemos que não podemos simplesmente buscar a realização do desejo, porque o que queremos não é certo. Aprendemos que, para conseguir o que queremos, temos que falsear, manipular e seduzir.

E quanto mais fazemos isso, mais se torna automático. Já nem pensamos nisso, apenas escondemos nossos reais motivos e desejos dentro de nós.

Não sei o que quero: e aí?

Nós não nos permitimos querer.

Nós diminuímos a importância. Dizemos que é bobagem. Errado.

Está enraizado em nós que não vale a pena, que o que queremos não é certo, é motivo de vergonha.

Pelo mesmo motivo, não apreciamos o que conseguimos. Pode ter levado tempo e requerido bastante esforço. Não importa: ao final, duvidamos se aquilo realmente tem algum valor.

O que nos permitimos querer não satisfaz

Os desejos que conseguimos admitir mais facilmente são os socialmente aceitos, possivelmente compartilhados pela grande maioria das pessoas – mesmo que não sejam gratificantes para você. Ganhe dinheiro, tenha um carro bonito, uma casa, uma família com filhos e pets. Viaje à praia nas férias. Faça um seguro de vida.

Minimizamos nossos sonhos, renunciando ao direito de querê-los e buscá-los. Ou eles são “errados”, ou grandes demais para nós, ou tolos, ingênuos. São parte de nós, mas não aceitamos.

A vergonha ajuda o “socialmente aceito” a se reproduzir. A crítica, o escárnio, ou mesmo a sabotagem, vêm de encontro a quem ousa querer o diferente.

A vergonha se alimenta da falta de autoaceitação e de autoestima, pois se baseia na crença de que os desejos dos outros são mais importantes do que os nossos.

É preciso esforço para se libertar da vergonha e integrar o que queremos ao nosso ser próprio.

Se você sofre com a dúvida e a indecisão, é possível que você saiba – sim! – o que quer. Você apenas tem dificuldade de aceitar e buscar.

O resultado?

Quando acreditamos que nosso desejo não é certo:

  • Diminuímos a nós mesmos;
  • Adotamos a mentira e a manipulação como estratégias para conseguir o que queremos “secretamente”, o que significa continuar não admitindo o desejo;
  • Não conseguimos reconhecer conscientemente o que queremos;
  • Sentimo-nos perdidos e inadequados.

Esta é uma causa importante de indecisão, mas obviamente não a única.

Talvez faça sentido pra você. Se for o caso, o acompanhamento psicológico é capaz de conduzi-lo a uma situação mais plena em relação aos seus desejos e realizações.


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