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A angústia é o preço por reprimir seus segredos

Palavras-chave: angústia; repressão; freud

Por Psicólogo Rodrigo Giannangelo | Publicado em 24 de fevereiro de 2023


A paciente sente angústia, mas não sabe o porquê.

Não relata nenhum motivo, nenhum trauma, nenhum estressor significativo.

Angústia idiopática – palavra bonita que os profissionais de saúde têm para dizer: ‘não sei o que é’.

Algo se esconde nela. Como um corpo estranho. Uma farpa que, embora pequena, atrai toda atenção para si e torna toda a vida muito diferente.

Como um pequeno ser que sussurra em seu ouvido mensagens incompreensíveis.

Para sobreviver, esse ser permanece escondido, na escuridão do inconsciente. À luz da mente consciente, transformaria seu hospedeiro em pedra.

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Angústia é o preço por negar quem somos

A angústia é o preço que pagamos por guardar segredos no inconsciente.

Quando nossa autenticidade está escondida, damos ao ‘pequeno ser’ um lar que não é dele. Com isso, deixamos de estar confortáveis em nossa própria mente – ficamos ansiosos.

Sento-me diante de minha paciente e a observo – estamos gestantes de seu autoconhecimento, como um pássaro chocando seu ovo. Vai demorar mais um ano até que ela venha se assumir para nós. E sua angústia comece a diminuir.

Sua homossexualidade não será mais um segredo: não de si mesma, nem do mundo. Ela se apropriará de sua identidade. Passará a ser quem já é.

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Angústia é conteúdo “reprimido”

Freud foi o primeiro a apontar que um fato pode ser reprimido da memória e “desaparecer” no inconsciente por anos ou décadas, até se manifestar abruptamente por meio de sintomas.

Pelo tempo de latência entre a situação causadora e os sintomas, o olhar leigo julga que não há relação entre eles. A sintomatologia parece não ter causa.

Mas a mensagem de Freud é clara: descobrimos que a repressão existe porque (e quando) ela não funciona.

A repressão foi fundamental para organizar os seres humanos em sociedade. Sem ela, seríamos governados por nossos instintos. Mas seu efeito colateral é a angústia.

Um século atrás, Freud teria interpretado a homossexualidade da minha paciente como efeito de um “complexo” – amontoado de afetos intensos ligados a determinado acontecimento.

A homossexualidade era um desvio do desenvolvimento “normal”. Talvez tivesse até mesmo criado uma “terapia de conversão”.

Não foi o que aconteceu nesse caso. Minha paciente veio a público através da minha presença. E está acontecendo. Sua angústia, não mais.

Guardar segredos pode fazer mal

Pesquisadores da Universidade de Columbia (EUA) descobriram que pessoas que guardam segredos e pensam neles fora dos momentos de interação social têm menores índices de bem-estar psíquico. Os temas mais comuns dentre os voluntários estudados eram os relacionados a desejos, sexualidade, traição e desonestidade.


⚠️ Atenção: Este site não oferece tratamento ou aconselhamento imediato para pessoas em crise suicida. Em caso de crise, ligue para 188 (CVV) ou acesse o site http://www.cvv.org.br. Em caso de emergência, procure atendimento em um hospital mais próximo.


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